'Amigos da Síria' dão ultimato a Assad




TÚNIS - O Estado de S.Paulo
Reunidos ontem na cúpula dos "Amigos da Síria", em Túnis, altos funcionários americanos, europeus e árabes preparavam um pedido para que o ditador Bashar Assad deixe incondicionalmente o poder em até 72 horas e uma missão de paz da ONU entre em território sírio para assegurar o fim da violência.
Os aliados ainda aumentarão a pressão para que o Conselho Nacional da Síria (CNS) - guarda-chuva que reúne vários grupos de oposição - seja reconhecido como "legítimo representante do povo sírio". O comunicado final deve incluir um pedido de "apoio prático" aos opositores, o que pode abrir uma brecha para o envio de armas aos militantes anti-Assad. A Arábia Saudita disse ser "uma excelente ideia" armar os opositores.
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que o objetivo da conferência era "ampliar a pressão sobre o regime Assad para aprofundar seu isolamento". "Queremos também enviar uma mensagem clara: (Assad) pagará um preço alto por ignorar a vontade da comunidade internacional e violar os direitos humanos de seu povo", disse Hillary.
O chanceler da França, Alain Juppé, afirmou que a União Europeia deve anunciar o bloqueio de ativos do Banco Central da Síria na segunda-feira.
Os "Amigos da Síria" nomearam o ganense Kofi Annan, ex-secretário-geral das Nações Unidas, enviado especial da Liga Árabe e da ONU para a crise síria. Nobel da Paz, Annan terá a difícil missão de convencer Assad a iniciar o processo de transição sem que o país entre em guerra civil.
"Nos darão o poder (para atuarmos) como um conselho nacional, um guarda-chuva político da revolução no interior da Síria. Acho que pressionarão a comunidade internacional a dar passos importantes contra o regime Assad", disse Haithem al-Maleh, do CNS.
Incidentes marcaram a reunião em Túnis. Cerca de 200 manifestantes pró-Assad tentaram invadir o hotel onde ocorria a conferência.
A multidão carregava bandeiras sírias e tunisianas.
Mais tarde, a delegação da Arábia Saudita abandonou a reunião criticando a "inércia" de alguns participantes. O príncipe Faisal afirmou que discutir a questão humanitária "não é suficiente". / AP e REUTERS

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