Chuva expõe problemas na região do Parque das Águas



Moradores da região dizem que o rio precisa ser desassoreado
Leandro Nogueiraleandro.nogueira@jcruzeiro.com.br 

A pancada de chuva localizada que atingiu a zona leste de Sorocaba por volta das 18 horas deste domingo expôs um problema que, segundo os moradores do bairro Abaeté, se dá pelo assoreamento do rio Sorocaba, na região em frente ao Parque das Águas, na altura em que, na outra margem, está uma empresa de extração de areia. Enquanto o nível do rio era baixo em todo o leito, a partir da região central, naquele ponto a água quase atingia o nível das margens. Na avenida 15 de Agosto, na mesma região, a falta de galerias pluviais suficientes para escoar a água para o rio causou prejuízo para os motoristas - veículos pararam no meio do alagamento. A chuva, que poderia escoar ao rio por meio de galerias acumulava-se na pista, passava por cima da ciclovia e formava uma cachoeira no leito.

O eletricista Jorge Elias Rodrigues, 52 anos, fixou em cima do muro da própria residência uma faixa que questiona o prefeito Vitor Lippi (PSDB) sobre a ausência das dragas para desassorear o rio naquele trecho. Ele reside na rua Antônio Gomes, 171 no Bairro do Carmo. A geladeira da residência dele já permanece sobre bancos de madeira, porque a experiência já o convenceu de que quando chove mais forte a residência inunda. Jorge crê que o problema poderia ser evitado se o rio fosse desassoreado naquele local e a galeria pluvial do bairro, ao invés de destinar a água para o lago do parque, levasse direto ao rio Sorocaba. "Dessa forma a que entra na nossa residência ficaria no lago que não suporta o volume e inunda", declara.

Na avenida 15 de agosto alguns motoristas arriscavam-se a atravessar os pontos de alagamentos enquanto outros davam meia volta. Entre os corajosos alguns venciam o obstáculo, já outros, ficavam com o veículo parado no meio da inundação. O GM/Vectra com placas da cidade Afogados do Ingazeira, de Pernambuco, foi tirado da água empurrado pelo pedreiro Vital Pereira, 38 anos e um amigo. "Acabo de gastar R$ 5 mil com o motor do meu carro e pelo jeito já terei mais despesas", dizia ele, ao chegar com o veículo em um local seco, mas com o interior cheio de água.

Apesar de lamentar que ao invés de pedir a pizza por telefone preferiu ir buscá-la e acabou parado no alagamento, Vital não demonstrava preocupação com o fato. Natural do sertão da Paraíba, disse que na terra dele, ao contrário disso, é perigoso a população desejar tirar a água do radiador do motor para beber. Mas nem por isso poupou críticas à Prefeitura. "Nem tenho o que achar disso, é uma irresponsabilidade dos caras", declarou Vital, que há seis anos está em Sorocaba.

Postar um comentário

0 Comentários