Juiz ouve amanhã em Itu 55 réus da "Operação Castelinho"


 Jornal Cruzeiro do Sul
Carlos Araújo carlos.araujo@jcruzeiro.com.br 

O juiz da 2ª Vara Criminal de Itu, Hélio Villaça Furukawa, ouvirá amanhã a partir das 9h, em novo interrogatório, os 55 réus da "Operação Castelinho"- dos quais 53 são policiais militares e dois são criminosos. Em dezembro de 2003, a promotora Vania Maria Tuglio denunciou os 55 réus por homicídio triplamente qualificado. O motivo foi a participação deles na operação que, em em 5 de março de 2002, no pedágio do km 12 da rodovia Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho, resultou na morte de 12 criminosos. 

Segundo Vania, o acontecimento foi uma "farsa" montada pela polícia. O então secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo de Castro, disse naquela ocasião que a operação foi feita para prender 15 homens da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). "Como eles estavam em um comboio grande, hiperarmados, com rifles e fuzis, não havia como fugir do revide." 

A versão da polícia para justificar a operação foi de que os 12 bandidos mortos saíram em comboio de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, para a cidade de Sorocaba com o objetivo de realizar aqui um assalto a um avião pagador e o valor do roubo seria de R$ 28 milhões. No entanto, na análise de Vania, o avião não existiu e ela disse ter prova de que Sorocaba não recebia pagamento de valores. Segundo ela, com a ação a polícia pretendia firmar sua imagem para a população no combate à criminalidade. 

Furukawa informou há duas semanas que todos os réus já foram ouvidos e cada um apresentou a sua versão. Nos depoimentos, nenhum deles admitiu participação na "Operação Castelinho" da forma como a descrita por Vania. Já foram ouvidas pelo menos 15 testemunhas de acusação e 63 testemunhas de defesa. 

Os 55 acusados foram convocados para "reinterrogatório", segundo o juiz, porque em 2008 houve alteração na legislação, que determinou a realização de interrogatório para o fim da instrução processual para garantir ampla defesa dos réus. Dessa forma, eles têm a oportunidade de se manifestar com o conhecimento do que as testemunhas de acusação e defesa disseram. 

Após o interrogatório, será aberta a fase das alegações finais da promotoria e das defesas dos réus. Em seguida, o juiz analisará se o caso será levado a júri popular ou não.

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