Líderes do PSDB favoráveis à candidatura de José Serra à Prefeitura fizeram chegar a integrantes do DEM que a chapa puro-sangue é uma das condições para o ex-governador entrar na disputa. No cenário em que a candidatura Serra ainda não era cogitada, o DEM cobrava a vice do tucano que fosse escolhido na prévia partidária, marcada para dia 4.
Com Serra na disputa, porém, aliados do ex-governador apostam que os democratas abrirão mão da pretensão. Anteontem, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse que seu partido não pleiteará a vice caso Serra concorra. Em 2006, quando renunciou à Prefeitura para disputar – e conquistar – o governo, Serra também teve chapa pura, com Alberto Goldman na vice.
Em abril de 2010, renunciou ao cargo a alguns meses do fim do mandato, para disputar a Presidência, mas acabou derrotado por Dilma Rousseff (PT). A formação da chapa puro-sangue também daria condições para costurar acordo com o vencedor da prévia do PSDB.
Apesar de três dos quatro pré-candidatos serem secretários estaduais – Andrea Matarazzo (Cultura), Bruno Covas (Meio Ambiente) e José Aníbal (Energia) –, a avaliação hoje no Palácio dos Bandeirantes é a de que a disputa interna está muito avançada e que implicaria risco político ao governador Geraldo Alckmin desmarcá-la sem a garantia de que Serra vai disputar.
O quarto pré-candidato, o deputado federal Ricardo Tripoli, também afirmou que não abre mão da candidatura se for o escolhido na prévia. No domingo, Matarazzo esteve com Serra em Buenos Aires. Para defensores da candidatura do ex-governador, se ele não se posicionar até antes da prévia, e a disputa for inevitável, a saída será apostar as fichas em Matarazzo e, depois, costurar acordo com ele na vice.
Nos últimos dias, Alckmin esteve com dois dos quatro pré-candidatos e afirmou que, se Serra decidir entrar na disputa antes da prévia, terá que convencê-los a abrir mão do processo. Ontem, o governador voltou a dizer que a prévia está mantida e que os pré-candidatos da legenda devem continuar em campanha.
O tucano afirmou que Serra ainda não se decidiu, mas indicou que a definição deve ser feita depois da disputa. “O Serra, se quiser ser candidato, será grande candidato, como foi bom prefeito, bom governador e bom ministro da Saúde”, disse. “Ser candidato é uma decisão primeiro de vontade, depois coletiva. Se ele (Serra) resolver ser candidato, certamente vai transmitir ao partido, aos pré-candidatos, e nós vamos conversar.”
O governador declarou também que negociações para aliança entre PSDB e PSD estão abertas. “Eu sempre coloquei, desde o começo, que queremos estar juntos”.
0 Comentários