FIFA DEVE ADOTAR HOJE TECNOLOGIA PARA DETECTAR SE BOLA ENTROU OU NAO


A polêmica eterna se uma bola entrou ou não está com suas horas contadas. O uso da tecnologia para identificar se uma bola cruzou ou não a linha do gol poderá ser aprovado hoje pela International Football Association Board, a entidade guardiã das regras do jogo. Em um encontro hoje na Fifa, a organização deve dar o sinal verde para o que pode representar uma revolução no futebol. Se aprovada, a tecnologia já será usada no campeonato inglês no próximo ano e incorporada nos estádios brasileiros para a Copa de 2014, um custo suplementar para os organizadores.

Dois sistemas foram amplamente testados – o Hawk-Eye e GoalRef – e cientistas teriam dado o sinal verde para o uso da tecnologia, que já faz parte de outros esportes como o tênis.
Mas os cartolas vão fazer um alerta hoje: a tecnologia deve ser usada para ajudar os árbitros, e não para ser o fator decisivo. Ou seja, um árbitro em campo é a autoridade máxima, e não a máquina. Se optar por apitar uma decisão diferente da que a tecnologia apontou, será sua interpretação que contará.
A adoção da tecnologia promete levar alguns anos para chegar a todos os torneios do mundo. Isso que não apenas a instalação custa caro, mas as bolas terão de conter um chip especial. Ou seja, um jogo não poderá ser disputado com qualquer bola. A polêmica envolve ainda patentes, já que as empresas que desenvolveram a tecnologia seriam as detentoras dos direitos. Se o campeonato inglês não tem problemas financeiros para instalar a tecnologia, outros não teriam como adotar os instrumentos em estádios no interior da África, Ásia ou da América do Sul.
Esse é um dos motivos que faz o presidente da Uefa, Michel Platini, apelar para que a Fifa adie qualquer decisão. Segundo ele, isso criará um forte desequilíbrio entre torneios. Platini ainda teme o fim do poder do árbitro e a necessidade de parar o jogo para ver o que diz a tecnologia. Os cientistas, porém, garantem que o relógio instalado no pulso do árbitro permitirá que ele tenha a informação sobre o gol milésimos de segundo depois de a bola cruzar a linha.
Uma situação mais delicada vive o presidente da Fifa, Joseph Blatter. Por anos, ele foi um forte opositor do sistema. Mas, em 2010, mudou radicalmente de opinião quando um juiz não viu que um chute de Lampard havia cruzado a linha do gol e que a Inglaterra havia marcado contra a Alemanha na Copa do Mundo.
Há duas semanas, um gol legítimo da Ucrânia contra a Inglaterra na Eurocopa também não foi visto pelo árbitro e tirou os anfitriões do torneio.

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