Procurador pede troca do comando da PM de São Paulo



Folha de São Paulo
O procurador da República Matheus Baraldi anunciou nesta quarta-feira que fará um pedido para que o comando da Polícia Militar paulista seja trocado.
"Hoje, os oficiais perderam o controle dos praças. A tropa não está mais sob controle", disse o procurador durante uma audiência pública sobre violência policial realizada no auditório do MPF (Ministério Público Federal).
O procurador afirmou que vai esperar por três dias um posicionamento do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Caso o governo não troque o comando da PM, o procurador diz que entrará com uma ação civil pública na Justiça Federal, pedindo que ela determine a substituição.
Foram lembrados os casos do empresário Ricardo Prudente de Aquino e do estudanteBruno Vicente de Gouveia e Viana, mortos em São Paulo e em Santos, respectivamente, após ações que o próprio governo classifica como desastradas.
O evento contou com a participação representantes de entidades de defesa dos direitos humanos, de defensores públicos estaduais, de familiares de vítimas de ações da polícia e, também, de entidades de policiais militares.
Também estiveram presentes o major Olímpio Gomes, da comissão de Segurança da Assembleia e ex-oficial da PM, o ex-deputado coronel Paes de Lira.
Durante a tarde o auditório ficou lotado e houve alguns momentos de discussão entre representantes dos militares e da sociedade civil.
Além dos casos de violência policial, também se falou na extinção da PM, com o fim da militarização da polícia.
CRIMES
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo divulgou os dados da violência no Estado no primeiro semestre do ano. De acordo com as estatísticas, a capital registrou um novo aumento no número de homicídios --o quarto seguido-- e encerrou o primeiro semestre com alta de 21,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Foram registrados 586 casos de homicídio doloso (com intenção) de janeiro a junho, contra 482 no mesmo período de 2011. O número de mortos chegou a 622 --aumento de 21,2% (já que há ocorrências com mais de uma vítima, como chacinas).
Considerando apenas o mês de junho, a alta no número de casos foi de 47% --conformeantecipado pela Folha e no número de vítimas foi de 49% --134 morreram assassinadas em 2012 contra 90 em junho do ano passado.
As estatísticas corroboram a onda de violência que ocorre na Grande São Paulo desde o fim de junho, com ataques a policiais e bases da Polícia Militar, incêndios em ônibus e mortes de suspeitos em supostos confrontos com a polícia.
Junho foi o mês mais violento na capital paulista ao menos dos últimos dois anos --só perde para março de 2010, quando foram registrados 125 casos de homicídio.

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