Escolas de
tempo integral não seguem horário
Fabiana Cambricoli do Agora
Criadas para
oferecer uma formação mais completa aos alunos da rede estadual, as escolas de
tempo integral têm falhas no cumprimento da carga horária de aulas.
O Vigilante
Agora visitou na última semana doze dessas escolas na capital. Em quatro
delas, a carga de aulas de nove horas diárias --definida pela Secretaria da
Educação-- não é seguida. Para cumprir as nove horas, as escolas costumam adotar
o horário das 7h às 16h10. No entanto, algumas não respeitam o horário.
Na escola Dulce
Ferreira Boarin, no Limão (zona norte), os alunos saem mais cedo todos os dias.
De segunda a quinta-feira, a saída acontece às 15h20 e, às sextas-feiras, os
alunos saem às 14h10. Em outras três escolas (veja quadro ao lado), os
estudantes saem mais cedo em alguns dias da semana.
21/03/2011
Kassab tem
maior índice de reprovação de toda sua gestão
No momento em
que deixa o DEM para fundar um novo partido, o PSD (Partido Social Democrático),
o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, registra sua pior avaliação na
pesquisa Datafolha.
Em quatro
meses, caiu oito pontos (de 37% para 29%) o total daqueles que avaliam o governo
de Kassab como ótimo ou bom.
Os que julgam a
administração regular passaram de 30% para 27%, e os que a consideram ruim ou
péssima passaram de 31% para 43% dos entrevistados --a maior taxa de reprovação
desde que assumiu o cargo, em 2006.
O Datafolha fez
o levantamento nos últimos dias 15 e 16. Foram realizadas 1.089 entrevistas com
pessoas de 16 anos ou mais na capital. A margem de erro máxima é de três pontos
percentuais, para mais ou para menos.
O intervalo
entre as duas pesquisas do Datafolha coincidiu com a intensificação da
movimentação partidária de Kassab. Nesse período, ele negociou o ingresso no
PMDB, mas decidiu fundar uma nova legenda.
Na
administração, o maior foco de desgaste foi o reajuste de R$ 2,70 para R$ 3 na
tarifa de ônibus municipais.
Chuvas
Os quatro meses
que separam as duas avaliações registraram sucessivas enchentes. Mas as cheias
parecem ter contribuído menos para o desgaste do prefeito.
A nota média
atribuída a Kassab foi 4,6, ante 5,4 que ele recebeu em novembro. A nota de
agora é a menor do atual mandato.
Ele registrou
queda de popularidade em todos os segmentos de renda e escolaridade e entre
eleitores de ambos os sexos e de todas as faixas de idade.
Kassab obtém os
piores índices entre os homens (47% de ruim e péssimo), junto aos mais jovens
(48% dos que têm de 16 a 24 anos o reprovam) e aos eleitores com nível superior.
Foi nesse segmento, aliás, que sua aprovação teve a pior queda: 19 pontos, de
44% para 25%.
21/03/2011
ANÁLISE Clima inóspito e política drenam
popularidade do prefeito em 2011 FERNANDO
RODRIGUES DE BRASÍLIA
Há algumas rotinas e leis imutáveis na
política. Uma delas é que prefeitos de São Paulo sempre sofrem dano nas suas
imagens por causa das chuvas de início de ano. No caso de Gilberto Kassab,
além do clima inóspito de janeiro e fevereiro, ele teve também a política
drenando sua popularidade perante os habitantes da cidade. Filiado nos
últimos anos ao DEM, o prefeito lança hoje o manifesto de seu novo partido, o
PSD. Esse não seria um problema exceto pelo fato de Kassab ter se dedicado muito
à política nos últimos meses -e talvez menos do que devesse à cidade. O
prefeito tem sido frequentador assíduo do noticiário político, apontado como
articulador de um novo partido. Como há opiniões controversas a respeito,
comentaristas de rádio e de TV vez ou outra noticiaram o fato como algo pouco
meritório. Pior para Kassab. Sua avaliação ruim agora chega num momento em
que ele precisará encontrar fôlego e manter o ritmo de suas negociações para
montar o PSD em nível nacional. Mas, ao mesmo tempo, estará fragilizado no seu
quintal. O relacionamento protocolar e amigável que vinha mantendo com o
governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) deve agora piorar. Kassab monta um novo
partido com intenção de ter um candidato seu para a sucessão paulistana, em
2012, além de aspirar ele próprio o Palácio dos Bandeirantes, em
2014. Alckmin terá todos os motivos para se distanciar. Em 2010, formou-se
uma aliança entre eles por meio do PSDB e do DEM. Com o PSD a caminho, não há
mais razão formal para mantê-los unidos. Prefeito de capital em litígio com o
governador é sempre uma encrenca para o político pior nas pesquisas -o caso
exato de Kassab.http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2103201121.htm Alckmin supera Covas e
Serra em avaliação positiva
UIRÁ MACHADO DE SÃO PAULO
O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), superou seus antecessores Mário
Covas e José Serra e alcançou a melhor avaliação nos três primeiros meses de
mandato desde 1995. Segundo o Datafolha, o início de governo Alckmin é
considerado ótimo ou bom por 48% da população do Estado, enquanto 29% o
consideram regular e 14% avaliam como ruim ou péssimo (8% não souberam
opinar). Em uma escala que vai de 0 a 10, o governador recebe nota média
6,4. A pesquisa foi realizada nos dias 15 e 16 de março com 2.006 pessoas em
61 municípios do Estado de São Paulo. A margem de erro é de dois pontos
percentuais, para mais ou para menos. O desempenho de Alckmin é mais de 50%
superior ao que teve seu padrinho político, Mário Covas, em 1995. Naquele
ano, segundo o Datafolha, o início de governo Covas era considerado bom ou ótimo
por 31% dos entrevistados, e 16% diziam que era ruim ou péssimo. Ainda de
acordo com o instituto, em 2007, Serra teve um começo de gestão avaliado como
bom ou ótimo por 39% da população, enquanto 16% o consideravam ruim ou
péssimo. Para Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, a boa avaliação de
Alckmin não é fruto de um otimismo generalizado no Estado, já que a aprovação do
prefeito da capital, Gilberto Kassab, está em queda. "A boa avaliação de
Alckmin decorre da imagem que ele e seu partido conseguiram construir e
consolidar no Estado, sobretudo no interior", diz Paulino. A pesquisa mostra
que o início de governo Alckmin é aprovado (ótimo/bom) por 52% dos moradores do
interior e reprovado (ruim/péssimo) por 10% deles. Na capital, a taxa de
aprovação cai para 42%, e a de reprovação sobe para 19%.http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2103201124.htm
Dois
professores pedem demissão por dia
A Secretaria de
Estado da Educação atende a dois pedidos de demissão de professores a cada dia.
Até sexta-feira, 60 docentes já haviam finalizado o processo de exoneração a
pedido, depois de 39 dias do início das aulas, sendo apenas 25 letivos.
Os
profissionais fazem parte de um grupo de 260 mil professores que participaram do
concurso estadual, em 2010. Do total, 12.044 foram classificados para as 10.083
vagas, mas somente 9.304 foram chamados depois do curso de formação. Neste
semestre, o Estado quer chamar mais 25 mil professores.
Segundo os
docentes, as desistências estão ligadas principalmente à falta de condições de
trabalho (como salas lotadas, por exemplo), à desmotivação dos estudantes e à
baixa remuneração.
O professor de
filosofia Gilson Lopes Silva, 30 anos, foi um dos que pediu demissão. "A
realidade da escola é totalmente diferente da mostrada no curso", afirmou.
Assim como ele,
Edson Rodrigues da Silva, 31, professor de matemática, também pediu demissão e
vai continuar apenas na rede particular.
Para Maria
Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (sindicato da categoria), além das más
condições de trabalho, "a formação nas universidades não é satisfatória, pois
trabalha com uma escola irreal, de alunos quietinhos".
Professor "novato" desiste de aulas na rede
estadual Por dia, dois docentes recém-concursados abandonam
escolas em São PauloPrincipal reclamação é sobre falta de
estrutura na rede; governo afirma que desistências estão dentro do esperado
FÁBIO TAKAHASHIDE SÃO PAULO
Formado na USP, Edson Rodrigues da Silva, 31, foi aprovado
ano passado no concurso público da rede estadual para ensinar matemática. Passou
quatro meses no curso preparatório obrigatório do Estado para começar a lecionar
neste ano no ABC paulista. Ao final do primeiro dia de aula, desistiu. "Vi
que não teria condições de ensinar. Só uma aluna prestou atenção, vários falavam
ao celular. E tive de ajudar uma professora a trocar dois pneus do carro,
furados pelos estudantes. Se continuasse, iria entrar em depressão. Não vale
passar por isso para ganhar R$ 1.000 por 20 horas na semana." Silva diz que
continuará apenas na rede privada. Como ele, outros efetivados neste ano pelo
governo já desistiram das aulas, passados apenas 39 dias do início das aulas,
sendo 25 letivos. Até sexta-feira, 60 já haviam finalizado o processo de
exoneração, a pedido, média de mais de dois por dia letivo. Volume não informado
pela Secretaria da Educação está com processo em curso. A gestão Geraldo
Alckmin (PSDB) diz ser normal o número de desistências, considerando a
quantidade de efetivações (9.300). Educadores, porém, discordam. Para a
coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp, Maria Marcia Malavasi, "o cenário
é triste; especialmente na periferia, os professores encontraram escolas sem
estrutura, profissionais mal pagos, amedrontados e
desrespeitados." DESMOTIVAÇÃOAs desistências têm diferentes
motivações. Entre as principais citadas por exonerados ouvidos pela Folha
estão falta de condições de trabalho (salas lotadas, por exemplo), desinteresse
de alunos e baixos salários. "Muitos alunos não apresentam condições mínimas
para acompanhar o ensino médio e têm até uma postura agressiva com o professor",
disse Juliana Romero de Mendonça, 25, docente de química. "A realidade da escola
é diferente da mostrada no curso", afirmou Gilson Lopes Silva, 30, de
filosofia. O concurso selecionou docentes de todas as matérias do final dos
ensinos fundamental e médio, séries com muitos temporários e mais problemas de
qualidade. Para Maria Izabel Noronha, presidente do sindicato do magistério,
além de condições precárias da rede, "a formação nas universidades não é
satisfatória, pois elas trabalham com uma escola irreal, de alunos quietinhos".
Ela exige que o Estado dê mais tempo aos docentes para a formação em
serviço. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2103201101.htm
'Planejamento Regional' une 22 prefeitos amanhã
O simpósio
"Planejamento Regional Integrado", que acontece terça-feira (22) às 14h, será o
primeiro passo para a criação de uma empresa pública de direito privado, que a
Prefeitura de Sorocaba pretende instituir ainda esse ano, visando o
desenvolvimento integrado das 22 cidades que compõem a região de Sorocaba. Os
prefeitos de todas os municípios estarão presentes no evento, que acontece no
auditório da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do jornal Cruzeiro
do Sul. Durante a reunião, o prefeito de Sorocaba Vitor Lippi (PSDB) e o
secretário de Planejamento e Gestão Rodrigo Moreno vão explicar aos presentes os
objetivos da empresa, que será um espaço para pesquisa e criação de projetos que
garantam o desenvolvimento sustentável regional.
Lippi entrou em contato
com os prefeitos das 22 cidades envolvidas no projeto e garante que a
expectativa de todos é muito grande. "Todos ficaram muito satisfeitos de
entenderem a importância da criação de uma instituição como essa, que possa ter
uma estrutura muito bem organizada e que possa dar qualidade para os projetos de
interesse regional", afirma. O prefeito ainda espera que com a criação dessa
empresa pública, as cidades de menor porte da região sejam as mais beneficiadas,
estimulando-as a um maior crescimento. "Essa empresa será uma instituição que
possa estar preparada para levantar informações e discutir propostas e projetos
para induzir o desenvolvimento das cidades da região, em especial as cidades de
menor porte, aquelas que têm hoje uma dificuldade maior de atrair
investimentos."
Rodrigo Moreno, secretário de Planejamento e Gestão,
explica que a empresa terá forte ligação com sua pasta, por tratarem dos mesmos
assuntos, se tornando então importante a troca de informações entre o Governo
Municipal de Sorocaba com as cidades da região. "Por ser um órgão de
planejamento de projetos, faz sentido a empresa ser ligada à minha secretaria na
prefeitura. Vai ser uma coisa bastante interessante e inovadora poder trocar
experiências com outros municípios sobre os projetos que estamos implantando na
cidade."
De acordo com Lippi e Moreno, a proposta nasceu a partir da
atuação das universidades, associações de classe e sindicatos presentes no
Núcleo de Planejamento (Nuplan) de Sorocaba, que existe há três anos. "Portanto
temos aí instituições significativas que estarão compondo essa estrutura
técnica, para a formulação de um planejamento conjunto da região", explica o
prefeito. O projeto conta com o apoio da FUA e o presidente da
diretoria-executiva Laelso Rodrigues exalta a criação dessa empresa, para que a
região cresça no mesmo ritmo que Sorocaba. "Com as indústrias aumentando seu
funcionamento em Sorocaba, podemos perceber que as cidades vizinhas viraram
"dormitórios". Então a criação da empresa tornará possível todas as prefeituras
realizarem seus projetos", diz Rodrigues.
A
reunião "Planejamento Regional Integrado" contará com as
presenças dos prefeitos de Alambari, Alumínio, Araçoiaba da Serra, Boituva,
Capela do Alto, Cerquilho, Ibiúna, Iperó, Itapetininga, Itu, Mairinque, Piedade,
Pilar do Sul, Porto Feliz, Salto de Pirapora, São Roque, Sarapuí, Tapiraí,
Tatuí, Tietê, Votorantim e Sorocaba. As discussões serão em torno de temas como
a criação de um cadastro regional; a promoção da industrialização e do
desenvolvimento; criação do Sistema de Inspeção Municipal (SIM), sobre a merenda
escolar; turismo integrado; apoio ao desenvolvimento de projetos em parcerias
estaduais e federais; integração da saúde; transporte regional; desenvolvimento
e fortalecimento da agricultura; entre outros.
A criação da empresa
pública de Planejamento do Sudoeste Paulista depende da aprovação da Câmara
Municipal, com previsão de investimento de R$ 2 milhões/ano da Prefeitura de
Sorocaba. Os prazos para que o projeto do Executivo entre em discussão ainda não
foram definidos. Caso o projeto seja aprovado pela Câmara e convertido em lei, a
empresa será constituída mediante estatutos, que serão registrados na Junta
Comercial do Estado de São Paulo. (Por André Moraes)
http://portal.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=279611
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