O terremoto de 9
graus na escala Richter, que atingiu o Japão no último dia 11, seguido por
tsunami, trouxe sérios danos para o país e conseqüências para o planeta. Isso
porque, além dos mais de 5 mil mortos já confirmados e das quase 9 mil pessoas
que estão desaparecidas, as catástrofes ambientais danificaram também a usina
nuclear de Fukushima, que já registrou explosões em parte de seus reatores.
A explosão em
reatores da usina nuclear libera material radioativo para a atmosfera
contaminando meio ambiente e população. Os níveis elevados de radiação causam
danos à saúde. Diante da gravidade da situação, 30 organizações sociais de
países como México, Argentina, Peru, Guatemala, Chile, Canadá e Espanha, entre
outros, se manifestaram nesta semana contra o uso deste tipo energia.
Em carta aberta, os
ativistas pedem que as usinas nucleares sejam desfeitas e que se busquem
'verdadeiras soluções para os povos'. "Chernobyl e Fukushima são alertas
que devem obrigar aos governos a que deixem de insistir em seguir promovendo
estes projetos. A energia nuclear para provisionamento de energia e mais ainda
com fins bélicos, deve parar", enfatizam.
As organizações
sociais alertam sobre o perigo que as instalações nucleares trazem para a vida
e a segurança do planeta. "Hoje o mundo está mudando, não apenas pelos
riscos de desastres naturais como também pelos riscos aos quais estamos
submetidos por impactos da mudança climática, que produziu grandes inundações,
deslizamentos e alterações severas na habitabilidade do planeta", relatam.
As organizações
comentam que as crises ambientais e a necessidade de energia fizeram com que as
grandes corporações e os países desenvolvidos, defendessem a energia nuclear
como uma fonte alternativa, limpa e sustentável. No entanto, os ativistas
ressaltam que "cada vez fica mais claro que estas são soluções falsas que
apenas aumentam o perigo e a vulnerabilidade da humanidade frente às mudanças
globais".
"A energia
nuclear está se propondo como uma fonte de energia alternativa e limpa nas
negociações de mudança climática, mas está demonstrado que pode ficar fora do
controle tanto técnico como humano, e afetar a milhões de pessoas e em
particular para as próximas gerações pelo seu potencial efeito nocivo na
vida", contrapõem os ativistas.
Por isso, as
organizações sociais "exigem que os governos se concentrem em assegurar a
sobrevivência, o direito à habitabilidade, o direito à saúde e à soberania alimentar
de milhões de pessoas no mundo, em lugar de debilitar as condições no planeta
seguindo o que manda o capitalismo."
Por causa da
catástrofe ambiental, o governo japonês se viu obrigado a desligar 11 centrais
nucleares, para evitar que mais desastres ocorram. Mais de 6 milhões de pessoas
estão sem energia elétrica no Japão. Além da preocupação com a Central Nuclear
de Fukushima, também estão em perigo outras duas plantas nucleares em Onagawa e
Tokai.
Devido ao risco de
novas explosões, cerca de 200 mil pessoas já foram evacuadas de locais próximos
à usina, a fim de evitar a exposição aos efeitos nocivos de um acidente
nuclear.
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