DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Pentágono confirmou neste sábado que
navios de guerra americanos e britânicos lançaram um ataque a cerca de 20 alvos
do sistema integrado de defesa área da Líbia, a primeira etapa da operação
internacional Odissey Dawn, algo como Odisseia do Amanhecer.
O ataque foi focado em bases de defesa
aérea no oeste da Líbia, onde estão concentradas as forças do ditador líbio,
Muammar Gaddafi. Os alvos incluem bases de ataque de mísseis terra-ar e os sistemas
de comunicação das Forças Aéreas. O primeiro ataque foi lançado às 16h e, no
total, 112 mísseis foram lançados.
"A maior parte das forças do
governo líbio fica nesta região. Foram escolhidas bases que representam ameaça
direta ou estavam sendo usadas para atacar o povo líbio", disse o
porta-voz do Pentágono, almirante Bill Gortney.
Segundo o porta-voz, mísseis de
cruzeiro Tomahawk foram lançados de navios americanos no Mediterrâneo.
O objetivo primário era destruir a
defesa de Gaddafi contra os aviões militares que entrarão nas próximas etapas
da operação, que tem como objetivo final impor a zona de exclusão aérea no
país. A medida foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das
Nações Unidas), na noite de quinta-feira passada.
"Nossa missão é desenhar o espaço
de batalha para que nossos parceiros possam executar [a operação]",
resumiu.
Gortney diz ainda que as operações
visam a evitar ataques das forças do governo contra os rebeldes da oposição e
civis, "principalmente em Benghazi", reduto dos rebeldes líbios no
leste do país.
O Pentágono diz que a avaliação dos
resultados do ataque deve demorar, já que são necessárias entre seis e 12 horas
para terem os primeiros dados.
Gortney ressaltou ainda que os EUA não
mantêm aviões no país e, em nenhum momento, chegou a enviar forças terrestres
ao país africano.
A declaração confirma o que um
funcionário americano disse mais cedo à agência Reuters, de que o governo Obama
quer limitar seu envolvimento, ao menos nas fases iniciais da crise e que as forças
americanas devem focar os esforços na proteção das missões aéreas da França e
outros países.
Gortney afirmou ainda que o comando da
operação deve passar "nos próximos dias" para a Polônia.
O Pentágono disse ter apoio da
comunidade internacional para a ação. Segundo a fonte consultada pela Reuters,
participam da operação Itália, Reino Unido, Canadá e França.
Cerca de 25 navios, incluindo três
submarinos armados com mísseis Tomahawk, estão estacionados no Mediterrâneo.
Cinco aviões de vigilância também estão na área.
Horas antes, a secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, reforçou o apoio americano à intervenção
internacional na Líbia e ressaltou que o objetivo é proteger a população. 'Nós
temos todas as razões para temer que, se não fizermos nada, Gaddafi vai
realizar atrocidades indescritíveis', disse.
POR AR
Mais cedo, um caça francês lançou neste
sábado o primeiro ataque internacional contra as forças de Gaddafi, desde que a
resolução do Conselho de Segurança sobre a intervenção foi aprovada, na noite
de quinta-feira.
Sebastien Dupont/AFP
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Caça
francês Rafale decola da base de Saint-Dizier, rumo à Líbia; governo
confirmou primeiro ataque no país
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O alvo foi um veículo militar líbio,
segundo o Ministério de Defesa francês. O porta-voz do ministério, Thierry
Burkhard, disse que o ataque foi lançado às 16h45 GMT (13h45 em Brasília),
quando o jato atirou contra o veículo militar.
Burkhard não deu mais detalhes sobre o
local do ataque ou possíveis vítimas. Ele disse, contudo, que nenhum ataque
contra os jatos franceses foi registrado.
O canal de TV árabe Al Jazeera, que
cita fontes anônimas, diz que os aviões de guerra franceses já destruíram
quatro tanques líbios, no sudoeste da cidade de Benghazi. O relato não foi
confirmado.
VIGILÂNCIA
Mais cedo, o presidente francês,
Nicolas Sarkozy, alertou que aviões franceses já sobrevoavam o território líbio
e estavam intervindo para evitar ataques das forças de Gaddafi em Benghazi,
reduto dos rebeldes no leste do país.
Ele anunciou o ataque como cumprimento
da resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)
que estabelece uma zona de exclusão aérea na Líbia, mas ressaltou que o ditador
Muammar Gaddafi ainda tem tempo de desistir da ação militar contra os rebeldes
da oposição.
"Nossos aviões já estão prevenindo
ataques na cidade de Benghazi", disse Sarkozy, acrescentando que estão
"preparados" para intervir também contra tanques de guerra.
Mesmo antes do anúncio oficial, fontes
militares diziam que vários caças franceses sobrevoavam o território líbio, no
que seria uma missão de reconhecimento que duraria toda a tarde.
Burkhard confirmou o envio de jatos
Mirage e Rafale neste sábado para a cidade de Benghazi, com a missão de impor a
zona de exclusão aérea de 150 km por 100 km. "Toda aeronave que entrar
nesta zona pode ser derrubada", disse.
A intervenção, segundo Sarkozy, foi
acordada após uma reunião com líderes de mais de 20 países. Sarkozy disse em
breve pronunciamento que todos decidiram aplicar efetivamente a resolução,
aprovada há dois dias.
"Juntos decidimos garantir a
aplicação da resolução do Conselho de Segurança exigindo o cessar-fogo imediato
e o fim da violência", disse Sarkozy. "Concordamos em usar todos os
meios necessários, em particular os meios militares, para garantir a
decisão".
Ele ressaltou, contudo, que a medida
permite a intervenção militar visa a proteger o direito dos civis de protestar
pacificamente e não decidir o rumo do país africano. A intervenção
"acontecerá enquanto houver qualquer pressão de Gaddafi contra
Benghazi", disse Sarkozy.
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