Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Plano Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema, que
será lançado pelo governo federal em maio, tem três grandes eixos de
atuação: a universalização do acesso aos programas de transferência de
renda, a ampliação e a qualificação dos serviços públicos e a chamada
inclusão produtiva, para capacitação de mão de obra.
De acordo com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Tereza Campello, o plano contemplará 1,5 milhão de famílias que ainda
não têm acesso ao Bolsa Família e vivem em condição de pobreza extrema.
“Vamos fortalecer os programas de transferência de renda. Nosso grande
objetivo é a universalização do Bolsa Família”, disse ela. Atualmente,
13 milhões de famílias recebem o benefício.
São famílias que ainda não têm acesso ao programa porque moram em
locais distantes ou porque, mesmo em grandes centros urbanos, não têm
acesso à informação, disse a ministra. “Às vezes, a pessoa se sente tão
excluída que nem entende que isso é um direito dela. Portanto, nosso
trabalho é ir atrás dessas pessoas.”
Nessa busca, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
terá ajuda das demais pastas, para que o governo consiga incluir as
famílias nos programas de transferência de renda. “Como anunciou a
presidenta Dilma [Rousseff], a ideia é ter sucesso até 2014. Temos de
nos preparar para receber essa população que estará entrando no Cadastro
Único [sistema de informação sobre famílias que podem ser incluídas em
programas sociais]”, afirmou Tereza.
Outro objetivo do plano é ampliar e qualificar os serviços públicos
que o Estado brasileiro oferece, como saúde, educação e assistência
social. Segundo a ministra, uma parcela importante da população pobre
não tem acesso total ou parcial a tais serviços. Isso ocorre porque os
serviços que são apresentados não são adequados a essa população. “Vamos
repensar tais serviços para que cheguem a essas pessoas”, disse a
ministra.
Com o lançamento do plano, serviços que hoje são oferecidos a apenas
uma parcela da população de baixa renda, como o recente programa de
acesso a medicamentos para tratamento de hipertensão e diabetes, deverão
chegar à população em pobreza extrema. De acordo com a ministra, das
quatro doenças que mais atingem a população em pobreza extrema no mundo,
duas são exatamente a hipertensão e o diabetes. “Apesar de a população
padecer desses males, e os medicamentos serem distribuídos
gratuitamente, eles não estão chegando a essas pessoas. Vamos ter de
montar uma estratégia para garantir que esse e outros serviços que
oferecemos cheguem a essa população.”
O Plano de Erradicação da Pobreza Extrema também prevê o aumento da
mão de obra qualificada no Brasil. Para Tereza Campello, embora o país
cresça de forma sustentável, ainda há falta de mão de obra
especializada. “Nossa população do Bolsa Família continua não tendo
acesso a essas oportunidades. Portanto, estamos organizando um conjunto
de ações que envolvem qualificação e outras ações importantes”, concluiu
a ministra.
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