Falta de antibiótico em UPH deixa paciente sem remédio



Prefeitura diz que atraso na entrega causou falta em algumas unidades

O antibiótico amoxicilina está em falta na rede municipal de Saúde. A falta do medicamento, indicado para diversos tratamentos, deixou uma paciente de cinco anos de idade sem o remédio na noite do último sábado. Na Unidade Pré-Hospitalar da Zona Norte (UPH-Norte), o médico receitou a amoxicilina para a criança que estava com dor na garganta mas, na farmácia da unidade, a família foi informada que estava em falta. A mãe, uma revendedora com 38 anos de idade, lamentou a situação e deixou o local dizendo que iria arrumar dinheiro emprestado para comprar em alguma farmácia. 

Por meio da Secretaria de Comunicação (Secom), a Prefeitura reconheceu ontem que foi feita uma compra emergencial da amoxicilina junto a um fornecedor no dia 13 de junho, com prazo de entrega até o sábado da semana passada, dia 18, porém, o medicamento não foi entregue até ontem. "Portanto, esta medicação pode temporariamente estar faltando em algumas unidades de saúde, onde os estoques foram acabando em razão da grande procura desta medicação, nesta época do ano. Esperamos que esta semana este medicamento seja entregue pelo fornecedor, normalizando a situação", divulgou em resposta por e-mail. 

Espera por atendimento 
Os pacientes adultos que procuraram atendimento na UPH-Norte na tarde e início da noite do sábado reclamaram do tempo de espera. A comerciante Maurina das Virgens Barbosa, 49 anos, afirmou que chegou às 15h30 e foi atendida quase cinco horas depois, após às 20h. Segundo ela, muitos pacientes foram embora sem atendimento por causa da demora. A diarista Cristina Aparecida Martins, 31 anos, reclamou que chegou às 15h50 e só foi chamada quase três horas depois, às 18h45. Segundo Cristina, durante toda a tarde eram atendidas cerca de três ou quatro pessoas por hora. "Eu vi três médicos batendo papo um com outro ao invés de atender", acusou Cristina Martins. 

O coordenador da Unidade, Vagner Gurrero, informou por intermédio da Secom que todos os pacientes que procuraram a unidade foram atendidos. Citou que as 30 unidades básicas de saúde de Sorocaba estavam fechadas desde quinta-feira em razão do feriado prolongado, o que provocou o aumento de pessoas que procuram atendimento nas cinco unidades de urgência e emergência da cidade. Explicou que nesses locais o atendimento é realizado por classificação de risco, ou seja, os mais graves e com maior risco à vida são priorizados e atendidos primeiro e não por ordem de chegada, o que em alguns dias e horários pode gerar uma espera maior dos pacientes com classificação de risco menor. 

O motorista Fábio Gonçalves, 31 anos, que acompanhava a namorada, disse que chegaram às 18h e, ao deparar-se com cerca de 60 pessoas aguardando na recepção, entre elas algumas que tinham chegado por volta das 15h, questionou os atendentes sobre os nomes dos médicos que estavam de plantão e porque essa informação não estava fixada na parede como exige lei municipal. Ameaçou que entraria em contato com a reportagem e só a partir de então, segundo ele, os pacientes começaram a ser chamados. 

Segundo a Prefeitura, todas as unidades de saúde cumprem a lei municipal. A versão para a falta da exposição dos nomes foi a de que a UPH-Zona Norte está em fase final de uma reforma na recepção, para melhor acomodar os pacientes, e, portanto, a placa que identifica a equipe médica mudou de lugar na recepção, o que pode ter confundido quem a procurou no lugar habitual. A reportagem registrou a placa na entrada da recepção e distante da obra, mas em branco, sem os nomes dos médicos.

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