Crianças morrem menos na região


Mortalidade infantil é a menor da história. Em Sorocaba, índice mantém-se estável

A vendedora Maria Diana, grávida de sete meses, passa por exames de rotina na Policlínica Municipal
Gilson Hanashiro/Ag. BOM DIAA vendedora Maria Diana, grávida de sete meses, passa por exames de rotina na Policlínica Municipal
Carla de Campos
Agência BOM DIA
A região de Sorocaba vive seu melhor momento no combate à mortalidade infantil. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (26) pela Fundação Seade, o número de crianças que morrem até o primeiro ano de vida em Sorocaba e outras 44 cidades de seu entorno é o menor da história.
Os dados atualizados levam em conta o ano de 2010 quando, segundo a estatística, foram registradas 13,5 mortes para cada 1.000 crianças nascidas vivas, índice 30% menor do que o registrado há 10 anos (veja gráfico). No Estado a mortalidade caiu 61,8% nos últimos 20 anos. 
Segundo os dados, Sorocaba  mantém-se estável desde 2005. “Em termos de estatísticas estamos em um platô. Mas melhoramos muito em relação a 1997, 1998, quando o índice girava em torno de 25 mortes para cada mil nascidos”, analisa a presidente do Comitê de Enfrentamento da Mortalidade Materno-Infantil de Sorocaba, a médica Edith Di Giorgi.
A melhoria dos números depende da eliminação das mortes evitáveis ligadas à atenção no parto dentro dos hospitais, por exemplo. Até pouco tempo atrás, diz a médica, entre as seis  maternidades  que atendem gestantes pelo SUS (Sistema Único de Saúde), convênios e particulares, três delas  não possuíam ginecologista obstetra de plantão 24 horas. “São falhas que temos procurado discutir e sanar. E isso já aconteceu em dois dos hospitais”, diz. Edith, no entanto, prefere não identificar os hospitais que ainda precisam de adequações.
Ela explica que as maternidades estão divididas em dois grupos: um onde a taxa de mortalidade está em cerca de 5 mortes para cada mil nascidos e outro que está na proporção de 16 casos para cada mil nascidos. “Os dois grupos recebem o mesmo tipo de clientela, mas com resultados diferentes. O segundo grupo é o que ainda puxa o índice de Sorocaba para o mais negativo.”
A meta, segundo Edith, é identificar e corrigir as falhas para reduzir o índice a menos de 10 mortes a cada mil nascidos.
ESPERANÇA /No sétimo mês de gestação e grávida pela quinta vez, a vendedora Maria Diana Sudário, 32 anos, está ansiosa pelo nascimento de Yasmin. Após três abortos e um parto prematuro, ela novamente encara uma gravidez de risco, mas desta vez seguindo à risca a orientação dos médicos e passando por um número  maior de consultas durante o pré-natal.  Em dezembro ela perdeu Felipe, que nasceu e permaneceu vivo por sete dias.
“Desta vez eu sinto maior segurança, pois sigo as orientações médicas”, diz. Na Policlínica, ela passa por exames, consultas e recebe orientações de um equipe multidisciplinar. O reforço – na rotina de gestação que ela conhece tão bem – é um dos objetivos que a  Secretaria de Saúde busca para reduzir mais a mortalidade infantil. “Me sinto bastante confiante desta vez. Confio que agora essa criança ficará bem.”
Trabalho de  11 anos 
O Comitê de Enfrentamento da Mortalidade  Infantil  existe há 11 anos em Sorocaba.  Este trabalho fornece dados para a Secretaria de Saúde de Sorocaba, investigando cada uma das mortes em crianças com até 1 ano.   No ano passado, 11 mortes de crianças com este perfil foram registradas no município, mas a investigação revelou que as gestantes, apesar de serem atendidas na cidade, não moravam aqui. 
91,7%
das gestantes de Sorocaba realizam 7 consultas ou mais durante o pré-natal. O número mínimo  de consultas é 6, segundo o Ministério da Saúde

 


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