A quinze dias
atrás, o Banco Central finalmente reduziu os juros, o que deveria ser motivo de
grande comemoração, mas estranhamente a grande imprensa iniciou uma verdadeira
campanha contra a queda dos juros. Isto se materializou na chamada de que o
“mercado era contrário à queda dos juros”, mas quem está falando por mim? Quero lembrar que qualquer trabalhador por
vender e comprar no dito mercado, já faz parte deste espaço econômico. Quero
dizer que como a grande maioria dos trabalhadores espera que os juros caíam
para gerar mais renda, empregos e aumentar a despesa do governo federal na
saúde e com mais obras e investimentos. Portanto o mercado aprovou a redução de
juros, que é contra e uma “meia dúzia”, os chamados rentistas, que querem
receber cada vez mais. Estes querem juros reais descontados à inflação de 6%,
quanto em vários países isto é zero. Segundo estudos do mercado financeiro os
juros podem cair de 12% para 5% nos próximos anos, e desta forma se aproximar
das taxas cobradas na maioria dos países da Europa e dos Estados Unidos. Esta
queda representa pelos cálculos de Amir Kahir aproximadamente 70 bilhões de
reais que podem turbinar o mercado interno e ajudar ao Brasil escapar dos
piores efeitos da nova etapa da crise mundial.
A turma dos
juros altos já tem o seu receituário para a crise: aumentar os juros, fazer a
recessão ou o baixo crescimento e jogar nas costas do trabalhador os custos da
crise econômica causada pela sua inépcia em apoiar um modelo neoliberal que
desregulamentou o mercado, o transformando em um DEUS que não poderia
ser questionado por simples mortais.
A mídia berra
contra os juros altos e agora grita contra o corte de juros. A grande mídia
dizia que o dólar baixo ia quebrar a indústria e leva os empregos serem gerados
em outros países, agora quando o governo toma medidas concretas para defender a
indústria com elevação de impostos e se consegue a alta do dólar, por
intervenção no mercado de derivativos, esses grupos da imprensa passam a apoiar
os importadores. Ou seja, a irracionalidade de uma oposição sistemática ao
governo central que se vale de problemas concretos para atingir seus objetivos,
mas que no fundo quer a manutenção dos juros altos e da implantação de uma
política econômica contra o trabalhador brasileiro, que se manifesta na lógica
deu problema, resolvemos fazendo uma recessão.
Ainda pasmem
acusaram o Banco Central de operar politicamente, quando eram eles que estavam
fazendo isto para defender seus interesses. Estes senhores do mercado
financeiro faziam de conta que ignoraram o cenário da crise na Europa e nos
Estados Unidos e estes ditos economistas para atingir seus objetivos discutiam
a economia brasileira apartada do cenário mundial.
Quero lembrar que há dois anos atrás a grande
economista Conceição Tavares, mestre de nossa atual presidenta, veio a publico
apontar que a segunda parte da crise iria acontecer no segundo semestre de 2010
ou 2011. Os ditos “economistas do mercado”, aqueles que são entrevistados pela
grande mídia se calaram.
Chamo a
atenção para a virada do setor industrial que na década de noventa defendia a
abertura comercial do Brasil para os importados e agora é absolutamente
contrário a esta medida e defende que o Brasil defenda seu mercado interno. Os
sindicatos apontam que aproximadamente 180 mil empregos seriam gerados no
Brasil se diminuísse a crescente importação de automóveis. Lembro que a maior
dificuldade para os Estados Unidos saírem da crise é taxa de desemprego de quase
20%. Esta mudança aponta para a
necessidade de preservar nossa capacidade industrial para não sermos reduzidos
a um país somente produtor de matérias primas.
Desde agosto
já se sabe que os Bancos europeus estão em dificuldade e que necessitam de R$ 300
bilhões de euros para não quebrar e, além disto, os títulos da dívida da Grécia
já valiam no mercado secundário já valia a metade, o que fará com que bancos
alemães e franceses apresentem quedas expressivas que podem enfraquecer ainda
mais a já frágil economia européia e norte-americana. Agora as autoridades
européias já reconhecem que os bancos franceses podem quebrar e que desde
agosto o governo norte americano vem dificultando que as instituições
financeiras do velho continente possam tomar empréstimos.
O cenário que
se abre foi assim descrito por Gordan Brown, ex-primeiro ministro inglês, como
de uma década perdida no velho continente e nos Estados Unidos. A economia irá demorar
muito para recuperar os empregos perdidos e se caracterizará pelo baixo crescimento
de sua riqueza. Num cenário internacional isto irá reforçar o papel do Brasil
nas Américas e no Mundo, visto que o Brasil seguirá crescendo numa faixa de 4 a 5% por ano. Talvez esta
seja a grande preocupação da grande imprensa, que agora defende os importadores
e pouco se lixa para o nosso parque industrial, e na verdade faz tudo que pode
para não permitir que o Brasil cresça e apareça no cenário mundial para
beneficiar os interesses dos atuais detentores do poder mundial.
O governo Lula e agora o de Dilma
mostram que se vence a crise com crescimento e não com recessão, como vimos na
primeira parte da crise em 2008. Além do mais, as medidas econômicas adotadas
impulsionaram o mercado interno de consumo, elevando a renda, o emprego e a
produção do país, mesmo em períodos de forte crise internacional.
O crescimento do crédito interno, a
recuperação do salário mínimo, as políticas sociais voltadas aos mais pobres e
a retomada dos investimentos públicos em infra-estrutura são os pilares desta
política de recuperação do crescimento da economia brasileira, agora com maior
distribuição de renda.
Deste modo, vemos o grande mérito da
política econômica e social promovida pelos governos Lula e Dilma nos últimos
anos, “blindando” o Brasil das últimas grandes crises internacionais. Cabe
ressaltar as seguintes ações do governo federal que marcaram os últimos nove
anos:
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