Quatro PMs detidos por morte de rapaz


Folha de S.Paulo
Os quatro policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) envolvidos na morte do representante comercial Paulo Alberto Santana Oliveira de Jesus, 26 anos, em Osasco (Grande São Paulo), foram presos ontem.
A Corregedoria da PM decidiu prendê-los administrativamente (por cinco dias) para investigar se Paulo atirou primeiro nos PMs, que revidaram. Os policiais dizem que ele foi morto em um tiroteio, na última terça-feira.
Duas testemunhas ouvidas pela Polícia Civil negaram o tiroteio. Ele não tinha passagens pela polícia, era casado e tinha uma filha de 6 anos. Francisco Oliveira de Jesus, 52, diz que o filho foi baleado após ser rendido. Ele afirma que Paulo estava ajoelhado quando foi baleado.
Já os PMs dizem ter recebido uma informação anônima de que Paulo guardava armas usadas em um roubo de carga, que aconteceu no dia 11, e invadiram a casa dele.
Ainda segundo os PMs, Paulo resistiu à prisão. Ele foi baleado quatro vezes no peito, no corredor de sua casa.
Na noite de anteontem, um ônibus foi queimado no Jardim Elvira, bairro onde ele vivia. Um suspeito foi detido pelo incêndio. Horas antes, cerca de 300 moradores protestaram queimando pneus e interditando ruas do bairro.
"Ele sempre falou bem da Rota, mas foi vítima dela", disse o tio de Paulo, Ricardo Santana, 40.
Resposta
À Polícia Civil os quatro policiais militares da Rota envolvidos no caso disseram que foram atacados a tiros primeiro e, quando revidaram, atingiram o suspeito. As polícias Civil e Militar não divulgaram a identidade dos PMs.
O tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, comandante da Rota, foi procurado pela reportagem, mas não foi localizado até a conclusão desta edição.
O Comando-Geral da PM informou que "o confronto é investigado" e que fatos novos sobre o caso serão "levados ao conhecimento da sociedade, desde que não atrapalhem as apurações".

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