Obra de centro esportivo, paralisada em 2007, recebeu R$ 1,37 mi da União

Convênio entre o Ministério do Esporte e a Prefeitura de Campos do Jordão foi assinado em 2006 pelo ministro Orlando Silva

Gerson Monteiro/Especial para o Estado
Projetado para fornecer infraestrutura ao esporte brasileiro em modalidades olímpicas e paraolímpicas, o Centro de Treinamento de Esportes de Alto Rendimento de Campos do Jordão, a 175 km de São Paulo, está longe de ficar pronto para servir de apoio na preparação de atletas para os jogos de 2016. Apenas três pessoas trabalham na obra que deveria ter sido entregue no fim de 2007, de acordo com nota do próprio Ministério do Esporte divulgada em 2006, e já recebeu o R$ 1,37 milhão previsto.

Financiada com recursos do governo federal, por meio de contrato de repasse com o Ministério do Esporte e a prefeitura, a obra está paralisada desde 2007 por problemas com as empresas vencedoras da licitação, segundo o Executivo local. Só há dois meses foram retomados os trabalhos, que ainda assim já consumiram R$ 800 mil, segundo a prefeitura. Três operários trabalham de segunda a sexta-feira. Cavalos pastam livremente na imensa área reservada para o projeto.
O projeto do Centro de Treinamento foi assinado pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, em 2006, e inclui participação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que será responsável pelo uso do espaço como centro de pesquisa científica e tecnológica na área do esporte.
Dados do Portal da Transparência, do governo federal, mostram o repasse do R$ 1,37 milhão para a Prefeitura de Campos do Jordão e a previsão de R$ 733 mil de contrapartida. A última liberação foi de R$ 1 milhão, em dezembro de 2006. A vigência do convênio é até 26 de dezembro deste ano. O Departamento de Convênios (Deconv) da prefeitura confirma que recebeu da União R$ 1,3 milhão.
“O centro será referência para receber atletas de alto nível. É por meio de ações como essa que conseguiremos equipar e capacitar o País visando a sediar grandes competições internacionais, como a Olimpíada de 2016”, disse Orlando, na assinatura do convênio, segundo reportagem no site da pasta.
Depois da fase inicial de infraestrutura, com obras de terraplenagem, abertura de ruas e tubulações de água e esgoto, o projeto ficou parado desde 2007. Nesse período, a área destinada ao alojamento de 80 atletas serviu para criação de cabritos de moradores vizinhos. O local ainda guarda o cheiro forte das fezes dos animais, encontradas por todo o prédio. Um cômodo, fechado com madeira, serve de abrigo para parte do material básico de construção.

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