Usuários apontam série de problemas na Policlínica



Demora, desorganização e falta de equipamentos estão entre as queixas
 Jornal Cruzeiro do Sul
Os pacientes da Policlínica Municipal de Sorocaba, no bairro Santa Rosália, estão descontentes com os serviços disponíveis no local. A demora para o agendamento de consultas e atendimento, remarcações constantes, perdas de protocolos, desorganização, falta de equipamentos e até produtos de higiene estão entre as principais queixas. Segundo os reclamantes, a clínica está desestruturada, com funcionários despreparados. Os problemas não são novidade, já ocorrem há tempos, apontam os usuários. Os pacientes garantem que quase sempre há confusão devido à elevada demanda de consultas e desorganização. A Secretaria da Saúde (SES) adianta que, preocupada com o crescimento populacional de Sorocaba, prepara uma estratégia para o enfrentamento de consultas médicas especializadas, com atendimento descentralizado nos bairros, para desafogar a demanda na Policlínica.
O aposentado Mário Pereira Filho, 65 anos, contou ontem que está em tratamento por conta de um dos rins, que parou de funcionar. Ainda sofre de câncer de próstata. No último um ano conseguiu manter consultas a cada quatro meses, mas começou a ter problemas. "Tinha consulta dia 22 deste mês, remarcaram para segunda-feira, dia 28", explicou. A SES confirmou que a consulta de Mário estava marcada para terça-feira (22), mas devido ao 33.º Congresso Brasileiro de Urologia, realizado nesta semana em Florianópolis (SC), foi necessário remarcar o retorno para segunda-feira (28), às 10h. "Mas hoje ligaram mudando para dia 7 de dezembro, tudo porque não há urologista para atender. Acho isso um absurdo", desabafou. A situação, desta vez, não foi explicada.
A dona de casa Margarida Gomes Jacinto, 67 anos, foi mais além. Ela disse que esteve na Policlínica na última segunda-feira e ficou desapontada. Além da falta de organização das filas, afirmou que nos sanitários não havia água para descarga e nem papel higiênico. "Acho lamentável o que está acontecendo lá. Fiquei mais de 30 minutos no balcão à espera de informação e prontuário." Margarida esteve na unidade para passar por exames de rotina. Uma funcionária a deixou esperando e assumiu, depois, que tinha ido lanchar. "Achei um absurdo ela me ver ali, à espera, e sair", esbravejou. Segundo a SES, a consulta de retorno da paciente Margarida Gomes Jacinto com o neurologista da Policlínica está marcada para o dia 5 de dezembro, às 13h.

Raio X
 
Ontem, Suzana dos Santos, 46 anos, e o marido, Euzébio dos Santos, 53 anos, estiveram no local para exame de ultrassom e esperaram atendimento por mais de duas horas. "Na porta há um recado, não bata. Mas estou quase indo bater. O paciente anterior saiu da sala há quase uma hora e a atendente não chamou mais ninguém. É um descaso só", disse a mulher. Já Nanci Rolim, 53 anos, esteve na Policlínica para acompanhar a mãe, de 81 anos, que faria exames de raio X e ultrassom. Mas a máquina de raio X estava quebrada, o que inviabilizou o atendimento. Quanto ao aparelho, a Secretaria da Saúde divulgou, em nota, que já foi consertada e esclarece que uma empresa terceirizada é quem faz a manutenção e está responsável pelo aparelho. "Assim, quando acontece algum problema com a máquina, ela conserta ou substitui a mesma."
Um casal, que preferiu não se identificar, disse que presenciou outra idosa, de 84 anos, dizer na recepção que era a quarta vez que estava no local para tentar retirar a guia de exames. "Não acho certo. Ela veio quatro vezes aqui e disseram que deveria voltar outro dia. Um absurdo", falou o rapaz.
 
Problemas
 
Os problemas na Policlínica têm sido corriqueiros. Na primeira semana de outubro houve princípio de tumulto, quando cerca de mil pessoas lotaram a unidade. A espera de mais de três horas para atendimento gerou reclamações e discussão, e a Guarda Civil Municipal (GCM) foi chamada para evitar mais complicações. Tudo provocado devido às mudanças no sistema de agendamento de consultas. (Leila Gapy)

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