Até ex-chefe da Rota mira ‘chapa da polícia’




FABIO SERAPIÃO
Em busca de chapa de vereadores ampla e que supra a expectativa do diversificado eleitorado paulistano, os partidos políticos que pretendem lançar candidatos a prefeito em 2012 já começam a decidir seus nomes e miram, no Legislativo, “nichos eleitorais” como o da segurança pública, para angariar o máximo possível de votos.
A um pouco mais de sete meses da data limite para oficialização das candidaturas, o ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tenente-coronel Paulo Adriano Telhada, já colocou seu nome na disputa. “É precoce falar que vou sair vereador, isso vai ser decidido em março. Mas fui chamado e pretendo aceitar”, diz ele, que filiou-se ao PSDB no dia 18 de novembro a convite do presidente municipal da sigla, Julio Semeghini.
A data é posterior ao limite de filiações para interessados em concorrer em 2012 – 7 de outubro. Mas Telhada afirma que seus advogados entendem ser possível oficializar sua candidatura até 90 dias antes do pleito, já que ele é oficial da reserva da PM. “Além de trabalhar pela polícia em geral, iria lutar pela segurança e habitação”.
Outro ex-membro da tropa de elite da PM que pretende candidatar-se é o petebista Conte Lopes. “Provavelmente vou concorrer. Tivemos boa votação na última eleição e o partido quer”, afirma o ex-deputado do PTB, para quem policiais representam o respeito e a honestidade. “Um bom exemplo é o fato do atual prefeito colocar policiais nas subprefeituras”.
Nos bastidores, outros partidos também procuram nomes da segurança. O PMDB deve lançar o coronel Ricardo Jacob, ligado ao padre Marcelo Rossi, e ex-subchefe do Estado Maior da Polícia Militar. Além desses, o polícia civil Willian Woo (PSDB) e integrantes da família Tuma, Robson e Romeu Jr., podem figurar na lista de postulantes a uma das 55 vagas de vereador.
Marketing
Para o especialista em marketing político Marco Iten, a busca por nomes em diversos “nichos eleitorais”, dentre eles o da segurança, tem como objetivo formar uma “vitrine” para o eleitorado. “É como em um shopping center, o partido tem que oferecer todos os tipos de nomes, de diversos segmentos. Cabe, depois, ao eleitor escolher”.
A escolha de ex-policiais, para Iten, explica-se pelo fato de eles representarem os “catalisadores” do setor. “O tema segurança já não tem o apelo de antigamente, mas a chapa precisa ter representante desse segmento. É como se o vereador, depois de eleito, fosse a própria segurança”.

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