'Dei palmadas', diz acusada de matar yorkshire espancada em Goiás


Em depoimento, enfermeira falou que ficou 'chateada com bagunça' e foi multada em R$ 3 mil


Rubens Santos - especial para O Estado de S.Paulo
GOIÂNIA - A enfermeira Camilla Correa Alves de Moura Araújo dos Santos, de 22 anos, acusada de espancar até a morte um cachorro da raça yorkshire, prestou depoimento nesta terça-feira, 20, e disse que deu "palmadas" na cadela Lana por ter ficado "chateada com a bagunça" que ela fez em casa, enquanto a família almoçava fora.
Yorkshire após ser agredida pela dona em Goiás - Reprodução
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Yorkshire após ser agredida pela dona em Goiás
"Eu agi daquela forma mas não tinha noção do que isso causaria", justificou a enfermeira para o delegado Carlos Firmino Dantas, no 1º DP de Formosa, a 275 quilômetros de Goiânia, acompanhada de dois advogados. "Não fiz (espancamento) por raiva nem por estar nervosa", disse. "Fiz assim como se fosse uma coisa normal". Camilla diz não se lembrar de ter lançado a cadelinha sobre o piso da área de serviço.
Ela não esclareceu, porém, como o animal foi parar no pátio do prédio, onde foi encontrado pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Segundo Camilla, a cadela desceu sozinha até o gramado e o marido, um médico do Programa de Saúde da Família, teria levado a yorkshire de volta ao apartamento e sumido com o corpo dela no dia seguinte.
Moradora recente da cidade, Camilla diz que já teve problemas com a vizinha do apartamento superior - responsável pelo vídeo que mostra a cadela sendo espancada. "Eles (vizinhos) faziam barulho e lançavam lixo na área de serviço do apartamento", afirmou.
O depoimento demorou cerca de uma hora e Camilla chorou quando falou da filha de 1 ano e meio, que presenciou o espancamento do animal. A criança será avaliada por psicólogos nos próximos dias e o resultado poderá acabar na perda da guarda. A enfermeira saiu escoltada por policiais da delegacia.
O delegado pretende ouvir, agora, o bombeiro e os três PMs que estiveram no local, assim como o marido de Camilla. Firmino quer saber onde está o corpo da yorkshire para estabelecer, através da autópsia, as causas da morte.
Multa. Após o depoimento, Camilla foi multada em R$ 3 mil por crime ambiental. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), ela terá 20 dias para apresentar defesa. A multa é administrativa e baseada no artigo 32 da lei 9.605, e artigo 29 do Decreto 6514/2008.

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