Engenheiro do Hopi Hari descarta falha mecânica em brinquedo



MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
Um dos engenheiros responsáveis pelos brinquedos do parque Hopi Hari, em Vinhedo (interior de SP), descartou que tenha havido falha mecânica no La Tour Eiffel. Na última sexta-feira (24), uma adolescente morreu após cair do aparelho quando estava a cerca de 25 metros do chão.

O engenheiro, que não teve o nome revelado, prestou depoimento ao delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior na manhã desta terça-feira (28). Segundo o advogado do parque, Alberto Toron, o profissional afirmou que os equipamentos funcionam "em absoluta condição de segurança".
"Ele reiterou que os equipamentos e brinquedos só entram em funcionamento quando estão em condições rigorosas para isso. É por isso que a perícia não encontrou nenhum problema mecânico", disse Toron.
Segundo ele, o parque colabora e quer que a investigação sobre o caso seja profunda. Ontem, a perícia, acompanhada pela Polícia Civil e Promotoria, realizou testes no equipamento e apontou maiores chances de ter havido falha humana.
"Mecanicamente o equipamento está adequado, mas o funcionamento passa pela mão humana e o problema pode estar aí", afirmou o perito criminal Nelson Roberto Patrocínio da Silva. Segundo ele, a falha pode ter acontecido na liberação do brinquedo para a subida.
Jefferson Coppola - 24.fev.12/Folhapress
Funcionários fazem teste no brinquedo Torre Einffel do parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP)
Funcionários fazem teste no brinquedo Torre Einffel do parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo (SP)
ACIDENTE
Gabriela Yukay Nychymura, 14, morreu por volta das 10h30 e foi enterrada no sábado (25), em Guarulhos. Ela foi encaminhada ao hospital com traumatismo craniano, mas chegou sem vida ao local. No elevador, como é conhecido o brinquedo em que ela estava, cada visitante sobe cerca de 70 metros em uma cadeira com trava individual e despenca em simulação de queda livre, podendo chegar a 94 quilômetros por hora.
Gabriela vivia no Japão e estava passando as férias na casa de familiares em Guarulhos (Grande SP). Segundo a polícia, ela estava no parque com a mãe e o pai, que são brasileiros.
"Uma testemunha que estava entrando no parque disse categoricamente que viu o corpo ser lançado depois da trava abrir", afirmou o delegado de Vinhedo, Álvaro Santucci.
"No momento da freada brusca, olhei para cima. Vi quando a trava se levantou e ela caiu. O barulho da pancada foi forte. Fiquei muito apavorada", disse a turista mineira Cátia Damasceno, 30, ainda transtornada na porta da delegacia.
Segundo o delegado Álvaro Santucci Jr., outras duas testemunhas que prestaram depoimento disseram ter visto o equipamento de segurança destravado.
O músico Victor Kawamura, 20, foi um dos que presenciaram o acidente. "Fiquei olhando e, na hora da brecada, a menina caiu. Ela chegou a gritar e, depois, deu para ouvir o barulho. A trava estava levantada e ela caiu de cabeça. Foi horrível", relatou.
A professora Lilian Galdino, 29, estava ao lado da vítima, no brinquedo. "Ela estava como todo o mundo fica, mas estava segurando embaixo e não na trava", disse.
O inquérito deve ficar pronto em até 30 dias.
Editoria de arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress

Postar um comentário

0 Comentários