Após 4 meses de ocupação, tráfico segue na cracolândia


Folha de S.Paulo

"Quer um bloco?"
A pergunta feita a um homem que trafegava pelas ruas da cracolândia no início da noite do último sábado demonstra que, contrariando as previsões da polícia, o tráfico ainda não acabou na região central da capital.
No começo do ano, quando a Polícia Militar intensificou a Operação Centro Legal e ocupou as principais ruas da cracolândia com cerca de 300 homens, o então comandante-geral da corporação, Álvaro Camilo, afirmou que em 30 dias o tráfico de crack estaria desarticulado.
Às vésperas de completar quatro meses de ocupação, a venda e o consumo de drogas permanece intenso.
Nos últimos cinco dias a reportagem encontrou traficantes atuando na região em diversos momentos do dia. Ao redor desses criminosos, centenas de usuários.
O problema, dizem policiais, é que um traficante preso é substituído em pouco tempo por outro.
"Na época mais grave, antes da ocupação da PM, prendíamos um traficante e em 20 minutos já havia outro no seu lugar. Agora, demora um pouco mais, mas a substituição ainda é rápida", afirmou o delegado Wagner Giudice, diretor do Denarc (departamento de narcóticos da polícia civil).
Avanço
Até agora, as autoridades dizem que o principal mérito da ação foi a internação de 488 pessoas para tratamento e a redução do número de consumidores na região. Em dezembro do ano passado, eram de 800 a 1.000 pessoas. Agora, dependendo da hora, vai de 200 a 300.
Parte dos usuários que ocupava a cracolândia migrou para outras regiões da cidade como a avenida Jornalista Roberto Marinho, onde já havia uma cracolândia, na zona sul, a praça da Sé, no centro, e para as proximidades da avenida Rebouças (zona oeste) nas imediações da avenida Paulista.

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