Delegado é preso suspeito de sumir com dinheiro apreendido em AL



Folha de São Paulo

O delegado da Polícia Civil Haroldo Lucca Gonçales e mais três pessoas foram presas na manhã desta terça sob suspeita de envolvimento no desaparecimento de parte dos R$ 4 milhões em cheques e dinheiro apreendidos durante a Operação Espectro, deflagrada em março pela Polícia Civil de Alagoas.
O montante estava na Delegacia de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública, que fica no centro de Maceió, e era parte do inquérito que apura o desvio de mais de R$ 300 milhões do sistema prisional de Alagoas.
Entre os suspeitos de participação no desvio está o general da reserva do Exército Edson Sá Rocha, ex-secretário de Defesa Social de Alagoas e ex-comandante da PM alagoana.
De acordo com a polícia, com a prisão do delegado o desaparecimento de R$ 1 milhão em cheques e dinheiro está praticamente esclarecido. As investigações estão sendo conduzidas pela Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).
O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol-AL), Antônio Carlos Lessa, esteve hoje com Gonçales na Casa de Custódia, onde o suspeito está preso, e disse que o colega alega inocência. "Já colocamos todo o nosso corpo jurídico à disposição dele e vamos esperar a conclusão das investigações para nos pronunciarmos oficialmente. Na nossa conversa, ele garantiu que é inocente", afirmou o presidente da Adepol.
Gonçales foi afastado das funções pelo comando da Polícia Civil de Alagoas até a conclusão da sindicância que apura o sumiço do montante.
APRESENTAÇÃO
O comando do Exército em Alagoas informou hoje que o general da reserva Edson Sá Rocha, suspeito de participação no desvio de R$ 300 milhões de presídios do Estado, deve se apresentar voluntariamente em Maceió. Ele mora na Bahia.
Os promotores do Gecoc (Grupo de Combate às Organizações Criminosas) solicitaram a prisão de Sá Rocha e de mais nove suspeitos de participação no esquema à Justiça alagoana. Os decretos de prisão foram expedidos pelos juízes da 17ª Vara Especial Criminal.
Além do general, tiveram prisões decretadas três oficiais da Polícia Militar de Alagoas, um escrivão da Polícia Civil, quatro empresários e um ex-funcionário do sistema prisional. Eles são suspeito de fraudes a licitação na aquisição e fornecimento de gêneros alimentícios para os presídios alagoanos.
O crimes foram classificados como dispensa indevida de licitação, prevaricação, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Até a manhã de hoje, segundo o Ministério Público, seis dos dez mandados de prisão expedidos haviam sido executados. O general e três empresários não foram localizados. Ontem (23), a Polícia Civil tinha divulgado a prisão de nove pessoas.
O golpe, de acordo com o Gecoc, ocorreu entre os anos de 2007 e 2009, no primeiro mandato do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).
O promotor de Justiça Alberto Gaspar disse que o Gecoc ainda apura o envolvimento de outras pessoas nos crimes. Ao todo, doze empresas teriam participação direta no golpe e outras 70 também estariam envolvidas no esquema.
Os presos não quiseram falar com a imprensa no IML de Maceió, para onde foram encaminhados para exame de corpo de delito na segunda (23).

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