Homicídio e roubo de carro em alta


  • 25 de maio de 2012 | 
  • 23h04 | 
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  • Categoria: Polícia
    GIO MENDES
    O número de pessoas assassinadas e de roubos de carros continua crescendo na capital paulista. Nos primeiros quatro meses deste ano foram registrados 360 casos de homicídios, um aumento de 14,29% em comparação com o mesmo período do ano passado, que teve 315 ocorrências.
    A quantidade de veículos roubados subiu 25,50% de um quadrimestre para o outro. Ladrões roubaram 15.334 carros neste ano, ante 12.218 em 2011, de acordo com as estatísticas da criminalidade divulgadas ontem à noite pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
    A tendência de alta nos casos de homicídios começou em março deste ano, com 91 casos – a SSP havia divulgado 95 casos na ocasião, mas o balanço foi alterado dias depois porque, segundo a pasta, uma mesma ocorrência entrou mais de uma vez na estatística. No mesmo mês de 2011 foram 53.
    Na comparação entre os meses houve um crescimento de 71,70%. A violência não parou no mês de abril, que teve 104 casos de homicídios neste ano, um aumento de 15,56%. Em abril do ano passado foram 90 casos.
    A taxa de homicídios no Estado permaneceu pelo segundo mês consecutivo acima da linha epidêmica de 10 mortos para cada 100 mil habitantes. No ano passado, quando registrou índice de 9,9, o governo estadual recebeu elogios em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), tornando a redução dos assassinatos a principal bandeira do governador Geraldo Alckmin na área da segurança pública.
    No Estado foram registrados 1.451 homicídios no primeiro quadrimestre deste ano, contra 1.364 no mesmo período de 2011, um aumento de 6,38%. O delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro de Lima, disse que o aumento de assassinatos está dentro de uma variação aceitável.
    “Tem crime que acontece dentro de casa, durante uma briga entre parentes. Polícia nenhuma do mundo consegue impedir um assassinato que ocorre nessas circunstâncias”, disse Carneiro.
    Segundo o delegado, isso não quer dizer que a polícia vai deixar de tentar reduzir o índice. “Hoje a média de esclarecimento dos casos de homicídios é de 36%. Nós queremos chegar a 50%. Quem mata não pode ficar impune”, afirmou o delegado-geral.
    Especialista em segurança pública, o coronel da reserva José Vicente da Silva disse que é preciso um período maior para analisar a evolução dos homicídios, e que o mais preocupante no momento em São Paulo é o crescimento dos crimes contra o patrimônio. “Se não houver uma integração intensa das polícias, não dá para combater”, observou Silva.
    Carneiro defende uma mudança no Código Penal para que o receptador de carro roubado tenha a mesma pena do ladrão. “O receptador também compra carro que pertenceu a alguém que foi morto por um criminoso”, disse Carneiro.
    A reportagem procurou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberval Ferreira França, para comentar o aumento da violência, mas a assessoria da corporação disse que ele não poderia falar porque estava no interior paulista.  ::
    Colaboraram Daniel Trielli e William Cardoso

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