Sorocaba registra o dia mais quente dos últimos dez anos



Os termômetros chegaram a marcar 36,7ºC na tarde de ontem


Rosimeire Silva
rosimeire.silva@jcruzeiro.com.br

Os sorocabanos enfrentaram ontem o dia mais quente dos últimos dez anos. No período da tarde, os termômetros chegaram a marcar 36,7 graus centígrados e a temperatura mínima de não baixou dos 22ºC. Ainda assim não chegou perto dos 38,6ºC, a maior temperatura já registrada na cidade, em 1962. Para hoje, a previsão é que a sensação de abafamento continue, embora a máxima fique um pouco mais baixa, por volta dos 34 graus e a mínima em torno de 21 graus. 

O calor só deve começar a dar uma trégua a partir de amanhã, quando a chegada de uma frente fria provoca a ocorrência de chuvas. Segundo o meteorologista Marcelo Schneider, embora o calor neste período da primavera seja comum, em função da baixa umidade do ar, neste ano as temperaturas estão mais altas devido ao bloqueio atmosférico que se formou sobre a região e o enfraquecimento dos ventos, que impedem o avanço de frentes frias. A partir de amanhã, no entanto, esse bloqueio começa a perder força, com ocorrência de chuvas generalizadas, provocando uma ligeira queda nos termômetros, com máxima de 29ºC e mínima de 20ºC.

Para o feriado de Finados, a previsão é de que a temperatura fique mais amena, com máxima de 23ºC. e mínima de 19ºC, com chuvas fracas e espaçadas. De acordo com o meteorologista, no final de semana o clima volta a esquentar gradualmente, mas não deve ser de muito calor e a máxima não deve ultrapassar os 24 graus.
 
Sombra e água fresca 
Com as altas temperaturas dos últimos dias, quem pode procurou se refrescar, seja com um banho de piscina, tomando um sorvete ou procurando uma sombra para fugir do sol. A aposentada Zani de Almeida Bartida, 65 anos, disse que o calor chega a incomodar e até mesmo a alimentação muda, pois só dá vontade de comer alimentos mais leves e muito líquido. "Tem que tomar cuidado com a hidratação, principalmente com as crianças, e evitar o sol", comenta a aposentada enquanto se protege em uma sombra de árvore com o neto Luiz Augusto, de cinco meses.

O casal Nilton de Paula e Nely Palma aproveitaram o calor para se refrescar na piscina. "Não dá para ficar em casa, só mesmo na beira a piscina para aguentar", diz Nely. "Essa noite dormi abraçado no meu ventilador", brincou Nilton. Para as amigas Lilian Barbosa, 32 anos, e Juliana da Silveira Souza, 26 anos, os dias quentes não chegam a ser motivo de reclamação. "Eu aproveito para ficar o dia inteiro na piscina com o meu filho, além de ser uma diversão, dá para relaxar", comenta Lilian. "Eu adoro o calor e ainda aproveito para pegar um bronze para o verão que está chegando", diz Juliana.

O sorvete é outra opção muito procurada nos dias de temperaturas mais altas. A gerente de sorveteria, Tânia Mari Miraveti, 29 anos, diz que quanto mais calor, maior é o movimento. "Embora a gente tenha uma clientela fiel, nos dias mais quentes as vendas chegam a aumentar em 30%, pois a frequência é maior durante todo o dia". Quem ajudou o aumentar essa demanda foi a dona de casa Gislaine Martins Carvalho, 45 anos, que no meio da tarde de ontem não resistiu e foi tomar um sorvete com a amiga Cleide Regina Lima, 41 anos. "O calor pede sorvete, principalmente os mais refrescantes, que são os de frutas". "Eu adoro sorvete e quando está quente dá ainda mais vontade. Em casa não deixo faltar", conta Cleide.
 
Sol na cabeça 
Para quem trabalha na rua, o sol e as altas temperaturas tornam a rotina de serviço ainda mais estafante. A gari Daiane Camargo, 23 anos, que passa o dia todo na rua embaixo de sol, conta que para amenizar o calor procura algumas regiões com sombra para varrer e nunca deixa de passar o protetor solar na pele. Quando a sede aperta, ela pede água nos estabelecimentos comerciais que estão no seu trajeto. "Tem hora que parece que vai queimar a cabeça, mas não tem o que fazer, é o meu trabalho".

O ajudante geral Valdevir dos Santos, 53 anos, que ontem trabalhava na limpeza de córrego, conta que já acostumou a enfrentar o sol quente, mas reconhece que quanto maior o calor, mais pesado o trabalho fica. "A gente cansa mais e o serviço rende menos. Mas não tem jeito, a gente tem que aguentar".

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