Apesar da crise, Alckmin investiu 45% da verba de segurança pública



Folha de São Paulo

Faltando pouco mais de 30 dias para fechar um dos anos mais violentos em São Paulo desde o final da década de 1990, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) aplicou apenas 44,6% do previsto no Orçamento para investimentos na área de segurança pública.

Dados do sistema de acompanhamento da execução orçamentária (Siafem) mostram que a Secretaria da Segurança Pública empenhou (comprometeu) até a semana passada R$ 195,2 milhões dos R$ 437,9 milhões do Orçamento.
Se for considerar o valor liquidado (que efetivamente deixou os cofres), foram despendidos apenas R$ 36 milhões, ou 8,2% do planejado.
Eduardo Knapp - 27.nov.12/Folhapress
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) dá posse aos novos chefes das polícias e ao novo secretário de Segurança
O governador Alckmin durante a posse aos novos chefes das polícias e do novo secretário de Segurança
Essa verba não inclui despesas com custeio da pasta (como folha de pagamento), mas apenas investimentos como compra de veículos, construção de prédios ou aquisição de equipamentos de informação e inteligência.
A Polícia Civil foi a que menos gastou, empenhando apenas 15% do que havia orçado. Nesse período, a Polícia Militar empenhou 67,5%.
Os números foram obtidos pela Folha com a liderança do PT na Assembleia. O governo afirma que o índice vai subir até o final do ano, com a conclusão de licitações.
INVESTIGAÇÃO
Para a presidente da Associação dos Delegados de SP, Marilda Pinheiro, a falta de investimentos acabou sucateando a Polícia Civil.
A Polícia Civil é considerada a "polícia de inteligência", que deve esclarecer crimes.
A inteligência policial e a investigação são consideradas pela maioria dos especialistas como fundamentais para frear a violência, que neste ano já vitimou ao menos 3.834 pessoas e 96 PMs.
A gestão de Antonio Ferreira Pinto, que foi demitido na semana passada, recebeu críticas por ter supostamente priorizado a PM e o enfrentamento com o crime organizado em detrimento da Polícia Civil e do trabalho de investigação. O ex-secretário nega.
A prioridade para os trabalhos de inteligência e investigação também foi apontada pelo novo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Veira, como uma das principais mudanças a serem implantadas por sua gestão.
Folha tenta, sem sucesso, entrevistar Grella desde que assumiu o cargo na última quinta-feira. Ontem, após a posse dos novos chefes das polícias Civil e Militar, ele também não falou.
Editoria de arte/Folhapress

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