Homem usa correntes em protesto por água


Mário Pereira Maciel está cansado de reclamar sem solução - Por: Adival B. Pinto


Jornal Cruzeiro do Sul
Abner Laurindo
abner.laurindo@jcruzeiro.com.br

Como forma de protesto contra falta de manutenção e mal funcionamento do poço artesiano que faz abastecimento de água nas casas de 100 famílias moradoras dos bairros Areia Branca I e II, na área rural de Alumínio, o inspetor de qualidade Mário Pereira Maciel, 59 anos, está acorrentado ao alambrado da área de proteção da bomba de água desde o último sábado. Com correntes nas pernas, nos braços e envolta na barriga, Maciel passa sozinho o dia e noite hospedado dentro do cercado com a intenção de chamar a atenção da Prefeitura para o problema de abastecimento de água naquela comunidade, causada pelas falhas no filtro e no bombeamento de água da máquina.

A Prefeitura de Alumínio explicou que, como nova administração, faz um estudo jurídico, técnico e financeiro da situação do poço artesiano para certificar-se da necessidade do funcionamento do tipo de sistema no local, inclusive se ele atende adequadamente os moradores do bairro. 
Segundo Maciel, a manifestação pública de acorrentar-se no espaço do poço ocorreu porque desde setembro do ano passado faz uma "via-sacra" até a administração municipal para reclamar das falhas ocorridas na bomba, sem receber qualquer tipo de atenção ou respostas.

"A situação fez o abastecimento das casas diminuír em quase 60%. Sem falar que, como o filtro não funciona, a água está chegando turva nas torneiras das casas.", ressalta Maciel, que só tem se alimentado por insistência da esposa que leva para ele café, almoço e jantar todos os dias.

O protesto, para Maciel, também serve para dar visibilidade ao problema ambiental do local que não conta com rede de esgoto. "Luto pelo direito das pessoas, e em prol do meio ambiente e do bem-estar. Estamos perto dos afluentes da represa do Itupararanga e é preciso nos preocupar com a poluição também", lembra, comentando que foi ele quem cedeu à Prefeitura parte da área de sua propriedade para instalação do poço artesiano em outubro de 2011. 

O diretor do Departamento Municipal de Serviços Urbanos, José Eduardo Damas Loureiro, explicou que o estudo que está sendo feito sobre a situação do poço artesiano na área rural inclui ainda uma verificação da qualidade da água do poço e o volume de água captada e distribuída nos bairros.

"Caso haja impossibilidade jurídica da Prefeitura gerenciar o sistema de abastecimento dos bairros na área rural, veremos a possibilidade da formação de uma Associação de Amigos de Bairros para gerenciar o poço local", finaliza Loureiro.

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