Manifestantes pedem tarifa zero em Sorocaba


Melhoria na saúde pública também estava entre as reivindicações

Jornal Cruzeiro do Sul

Veronica Viudes
veronica.viudes@jcruzeiro.com.br
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Um grupo de aproximadamente 50 sorocabanos se uniu ontem, no Centro, para dar continuidade às manifestações de protesto. Desta vez, o ato foi pela tarifa zero do transporte e melhoria no sistema público de saúde, além de protestar contra os gastos feitos pelo governo federal com a Copa do Mundo de 2014. A concentração da passeata, organizada pelo Movimento Estudantil Domínio Público e o Fórum Popular de Saúde de Sorocaba, foi às 16h na praça Dr. Artur Fajardo (Largo do Canhão), e o destino final foi a praça da Bandeira. Outras manifestações, apresentando as mesmas reivindicações, também aconteceram em várias cidades do país.

Por volta das 17h, os manifestantes saíram do ponto de concentração em direção ao terminal de ônibus Santo Antônio. Facilitando a passagem, a rua Dr. Álvaro Soares foi fechada por aproximadamente meia hora, deixando o trânsito lento. Já no terminal, o grupo permaneceu por aproximadamente 15 minutos, impedindo a entrada e saída de ônibus. No local, havia dez viaturas da Guarda Civil Municipal e duas da Polícia Militar. Depois, a passeata foi até a praça da Bandeira, onde onde os participantes ficaram até as 18h10, quando o grupo se dispersou. 

Durante a manifestação, grande parte dos comércios na região central da cidade permaneceram abertos, diferente do que aconteceu no protesto da última quinta-feira, quando aproximadamente 20 mil pessoas foram às ruas. Somente alguns bancos e casas lotéricas fecharam um pouco mais cedo, por volta das 15h. 

De acordo com o estudante e integrante do Movimento Estudantil Domínio Público, Jean Marcelo dos Santos Campos, 20 anos, Sorocaba apresenta diversos problemas no transporte público que precisam ser melhorados. "Nós reivindicamos pela revogação do aumento da tarifa e conseguimos. Agora, queremos a gratuidade do transporte público, queremos a tarifa zero. Mas há outros pontos que também serão pautados em outros atos quanto ao transporte público. Sorocaba apresenta vários problemas nesse quesito", ressalta.

Já de âmbito nacional, os manifestantes também demonstraram repúdio quanto aos gastos do dinheiro público para a Copa. A professora Fernanda Garcia, 35 anos, é coordenadora do Fórum Popular de Saúde de Sorocaba e acredita que o dinheiro público foi investido de maneira errada para as estruturas do evento. "Foi muito dinheiro público usado para as construções. E isso não ocorreu em outras áreas, como a própria saúde. Nós queremos que a questão da saúde melhore. Isso seria possível se 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do país seja colocado na saúde pública", opina.

O estudante Anderson Costa Santana, 18 anos, também considera errada a atitude do governo. "Sou totalmente contra o acontecimento da Copa. Tem tanta coisa errada, tanta gente doente nos hospitais e eles investem na Copa. É muita sacanagem", diz. Maurício Santos, estudante de 17 anos, concorda. "No transporte público e na saúde não existe o conforto que o cidadão precisa. Está tudo um caos", completa. (Supervisão: Adalberto Vieira)

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