Construção de aeroporto terá autorização dentro de 15 dias


Previsão é de que início das obras às margens da Castelo ocorra em setembro

 Jornal Cruzeiro do Su

José Antônio Rosa
joseantonio.rosa@jcruzeiro.com.br

O secretário-executivo da Secretaria da Aviação Civil (SAC) da Presidência da República, Guilherme Ramalho, informou ontem ao Cruzeiro do Sul que dentro de no máximo 15 dias sai a autorização para a construção do aeroporto de São Roque, na região de Sorocaba. O empreendimento capitaneado pela incorporadora JHSF deverá demandar investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão e ficará pronto, conforme cronograma dos empreendedores, dentro de dois anos. As obras começam em setembro. Ele se destacará como um dos mais modernos do país e terá uma pista com 2,8 mil metros de extensão (maior do que a de Congonhas).

Ramalho esteve em São Paulo para acompanhar, junto com o ministro-chefe da Pasta, Moreira Franco, o ato de assinatura da permissão do Aeródromo Privado Rodoanel, em Parelheiros. Ele confirmou à reportagem, logo depois da solenidade, que todas as etapas do processo foram cumpridas pela empresa responsável. O secretário destacou a importância estratégica do equipamento que, depois de pronto, ajudará a desafogar o tráfego de Congonhas e da unidade instalada no Campo de Marte, também na Capital.

Além disso, ele avalia que a aviação civil ganhará forte impulso. O setor já cresce, em média, 6% ao ano. O novo aeroporto será vocacionado à aviação executiva doméstica e funcionará na modalidade de autorização. Por esse sistema, o controle do equipamento é exercida por empreendedores particulares, que podem cobrar tarifas aeroportuárias. A regra permite a exploração da demanda crescente por transporte aéreo no país, prática autorizada por um decreto baixado no final de 2012.

Há exatamente um ano (julho de 2012) o Cruzeiro do Sul noticiou que São Roque fora escolhida pela incorporadora JHSF como sede do aeroporto. O projeto envolveria, numa primeira estimativa, o aporte de recursos da ordem de R$ 400 milhões. À época também foi cogitada a construção de um shopping e de um condomínio de alto padrão às margens da rodovia Castello Branco (SP-280). A investidora, que é proprietária do terreno com área de 7 milhões de metros quadrados às margens da estrada, não deu, na ocasião, mais detalhes do projeto.

De acordo com o então chefe do Departamento de Desenvolvimento Econômico do município, Leodir Ribeiro, o aeroporto atenderia à demanda gerada pelo transporte de pessoas que se deslocarão entre as cidades onde serão realizados os jogos da Copa do Mundo. A cidade está relacionada entre as candidatas a subsedes do torneio e, por conta disso, espera receber um grande fluxo de visitantes. A hipótese, porém, foi descartada pela SAC, até em razão do prazo para término das obras. "Não acredito que os empreendedores consigam concluir o equipamento antes dos jogos", disse o secretário-executivo da Pasta, Guilherme Ramalho.

Apesar de visar, num primeiro momento, a classe executiva, o aeroporto poderá servir de alternativa para outras modalidades de voo. Isso porque a pista projetada terá quase três quilômetros, favorecendo o pouso e decolagem de aeronaves de maior porte. São Roque apresenta características favoráveis como a localização próxima de São Paulo por uma via de acesso estruturada, além de manter em seu território uma das poucas glebas ainda livres nas imediações da Castelo Branco.

O município cresceu muito nos últimos anos, em razão dos condomínios residenciais de alto padrão que lá surgiram. Dados da Prefeitura revelam que, em 2011, cerca de 800 mil pessoas visitaram a cidade. A construção do aeroporto reserva, ainda, um componente estratégico. O programa de concessão do governo federal não contemplou a aviação executiva porque esta não gera um volume elevado de receita. Mesmo assim, a transferência à iniciativa privada do controle dos equipamentos de Guarulhos, Campinas e Brasília deve favorecer outros projetos que a priorizem.

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