BR-040 vai a leilão nesta sexta com expectativa de grande disputa

Oito grupos estão interessados; rodovia vai exigir investimentos de R$ 7,4 bilhões em 30 anos de concessão  


O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O quinto e último leilão de rodovias de 2013, que ocorre nesta sexta-feira, 27, na BM&F Bovespa, promete ter forte competição, após oito grupos terem se credenciado para a licitação, com Triunfo Participações e Ecorodovias entre as favoritas.

"Não me surpreende a possibilidade de deságio grande para a BR-040", disse o analista Bruno di Giacomo, do Banco Fator. "É muito possível que a BR-040 seja muito disputada. A gente não sabe como vêm os próximos editais."
O trecho de 936,8 km da BR-040 (DF/GO/MG) atraiu interesse de empresas grandes e de médio portes, e pode ser uma das últimas chances para quem não venceu licitações recentes, já que o governo avalia se fará novas concessões ou Parceria Público-Privadas (PPPs) nos próximos trechos.
Nos últimos quatro leilões de rodovias federais, o deságio foi de 52% na BR-163 (MT) e nas BRs-060/153/262; 52,7,0% na BR-163 (MS); e de 42% na BR-050.
O leilão da BR-040, que liga Brasília (DF) a Juiz de Fora (MG), deveria ter ocorrido em janeiro, mas foi adiado a pedido de empresas interessadas. Após reavaliações, o governo publicou um novo edital no fim de novembro, alterando a tarifa-teto de pedágio de R$ 3,34 para R$ 8,30.
Para Di Giacomo, a elevação da tarifa aumenta a possibilidade de maiores deságios. O analista considera também que empresas que ainda não venceram disputas devem vir com mais apetite. Uma das favoritas é a Triunfo, que neste mês venceu a disputa pelo trecho das BRs 060/153/262.
"Acredito que a Triunfo é a favorita por conta do conjunto de sinergias. O trecho é continuidade da Concer e a empresa tem sinergias por já estar presente em Minas Gerais", disse, em referência à concessionária da Triunfo que administra o trecho da BR-040, ligando a cidade do Rio de Janeiro a Juiz de Fora.
A Triunfo vai participar da disputa sozinha e já vinha dizendo, desde o ano passado, que a concessão da rodovia era uma de suas prioridades.
Já o analista Gabriel Ribeiro, da UM Investimentos, vê a Ecorodovias como forte candidata, já que a empresa ainda não venceu nenhum leilão. "A Triunfo deve ser agressiva, mas a Ecorodovias não tem nenhum trecho (até agora) e pode ser agressiva também." A Ecorodovias formou para o leilão o consórcio Via Capital, com as seis sócias com as quais disputou as últimas licitações: Coimex Empreendimentos e Participações, Rio Novo Locações, Tervap Pitanga Mineração e Pavimentação, Contek Engenharia, A. Madeira Indústria e Comércio e Urbesa Administração.
Para Ribeiro, a CCR, que participa isoladamente, também é uma forte candidata. O fato de a empresa ter vencido a última licitação, do trecho sul-mato-grossense da BR-163, além do Aeroporto de Confins (MG) em novembro, pode fazer o apetite por novas concessões diminuir.
Além de Triunfo e CCR, também participa do leilão a Invepar, que não venceu nenhuma licitação este ano. A Fidens Engenharia concorre dentro do consórcio Integração, que inclui outras três empresas. A Encalso Construções está no consórcio Caminho Novo, com quatro empresas.
Os leilões de rodovias são parte do plano do governo Dilma Rousseff de melhorar a infraestrutura logística do País, um dos principais entraves para o crescimento econômico. A iniciativa também inclui a concessão de aeroportos, ferrovias e portos.
Embora Triunfo e Ecorodovias sejam vistas como favoritas, analistas não descartam surpresas como a vista no último leilão, com a vitória da CCR, batendo a oferta conservadora da favorita Odebrecht Transport.
"O resultado foi uma surpresa, com a CCR - que pensávamos ser uma das mais conservadoras - sendo a mais agressiva, e a Odebrecht Transport - favorita para vencer por causa das sinergias com a BR-163 (MT) e sua recente estratégia em leilões - sendo a segunda mais conservadora", afirmaram analistas do BTG Pactual, liderados por Renato Mimica, em relatório.
Os analistas do BTG avaliam que a BR-040 atrai por ser uma via de escoamento de carvão para grandes centros siderúrgicos. A rodovia terá 11 praças de pedágio e investimentos previstos de R$ 7,4 bilhões nos 30 anos de concessão. / REUTERS

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