'Arrogante e estúpido', diz ex-colega de trabalho sobre diretor de faculdade

Ex-coordenadora trabalhou com o diretor afastado por assédio moral.

Em nota, Anhanguera informa que possui canal direto para denúncias.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
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Uma ex-coordenadora da faculdade Anhanguera de Sorocaba (SP) disse em entrevista ao G1que teve dores pontuais por todo o corpo e uma crise de depressão profunda por causa do comportamento do diretor da unidade. Ela conta que trabalhou com o diretor entre os anos de 2009 e 2013. Adriano Donizete Pila foi afastado das funções por prática de assédio moralcontra funcionários da instituição. De acordo com decisão liminar da juíza Deborah Beatriz Ortolan Inocênio Nagy, da 2ª Vara do Trabalho de Sorocaba, a empresa tinha 15 dias para afastá-lo após a notificação, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia.
O despacho da juíza aponta “completo abuso do poder diretivo, perseguições e assédio moral aos funcionários da empresa ré”. A acusação de assédio foi feita pelo Ministério Público do Trabalho, após denúncia de uma outra ex-funcionária. Segundo a ex-coordenadora, que não quis se identificar, a convivência com o diretor da Faculdade Anhanguera trouxe muito mais do que algumas noites mal dormidas e níveis de estresse elevados.
Depois de quase quatro anos trabalhando na faculdade, a ex-coordenadora conseguiu um afastamento pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, em seguida, fez um acordo com os responsáveis pela Anhanguera para ser demitida, no início de 2013. "Desde que ele entrou, a gente já sofria uma tensão lá dentro. Ele era extremamente irônico, arrogante e estúpido na maneira de falar. Se considerava melhor e acima de todos", lembra.
A ex-funcionária conta que foi um período difícil. Adriano, comenta ela, ameaçava os coordenadores e dizia que, se alguma informação sobre a faculdade vazasse, eles seriam culpados e demitidos. Eram os coordenadores quem também tinham que se responsabilizar pelo número de alunos inadimplentes. "O que é um absurdo, porque isso é uma questão jurídica e administrativa. A postura dele era terrível com a gente".
Houve uma época em que, segundo a ex-coordenadora, o diretor inventava mentiras e motivos apenas para demitir alguns professores e vivia trancado na sala, com portas, janelas e cortinas fechadas. "Quando chamava alguém para conversar vinha com ironias e palavrões aos montes", reclama.
Em uma das reuniões realizadas na sala dos professores, Adriano puxou uma cadeira com força, subiu e deu um grito. "Ficou todo mundo abismado com a falta de ética. É totalmente contra o que eu acredito em termos de educação e respeito", diz a profissional.
Relação com os alunos
A relação do diretor com os alunos, relembra a sorocabana, também não era das melhores. Em geral, ele se recusava ao máximo a falar com os estudantes, só atendendo em último caso e quando não existia outra alternativa. "Nós todos estávamos acostumados com a antiga diretora, que era excelente. É claro que havia uma cobrança profissional, mas ela nunca faltou com respeito", completa.
Outro lado
Consultada a respeito do depoimento da ex-funcionária, a Anhanguera disse que já tomou as providências para afastar o diretor, que neste momento cumpre férias.
A própria assessoria de comunicação diz que não conseguiu contato com ele. Em nota, a empresa diz que repudia "todo e qualquer tipo de assédio moral, conforme código de conduta interno amplamente divulgado aos seus funcionários".
A faculdade ressalta que disponibiliza aos funcionários um canal de comunicação para denúncias, por meio do Comitê de Conduta e Ética, e que não recebeu nenhuma reclamação sobre Adriano Pila por esse meio.

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