Promotores encerram fase de depoimentos no caso da Ciretran

Gaeco investiga esquema de cobrança de propina em PIedade (SP).

Delegado, filho dele e vereador da cidade estão presos.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
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Os promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, encerraram os depoimentos no inquérito que investiga um esquema de cobrança de propina na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Piedade (SP). O delegado da cidade, José Chaves de Melo, o filho dele, Douglas Chaves de Melo, e o vereador Marcos Pinto de Camargo, conhecido como Marquinho da Ciretran, estão presos suspeitos de envolvimento por extorsão. O caso deve ser apresentado à Justiça ainda nesta semana.

De acordo com o promotor de Justiça Ricardo Hildebrand Garcia, não há dúvidas que existia um esquema de corrupção na Ciretran. "As vítimas basicamente narram os fatos todos em consonância. Então, a gente consegue formar uma ideia de que o fato realmente está comprovado".
Ao todo, 19 pessoas foram ouvidas, entre possíveis vítimas, despachantes, autoescolas, funcionários das empresas de vistoria e da Ciretran. Com o término dos depoimentos, os trabalhos serão focados na análise dos documentos apreendidos durante a operação.
O delegado da cidade, o filho dele e o vereador foram presos na quinta-feira (20). Eles são suspeitos de exigir pagamento de propina das empresas da cidade que fazem a vistoria nos veículos.
Os promotores pretendem entregar a denúncia à Justiça até quinta-feira (27). Antes disso, eles querem descobrir o valor que teria sido extorquido das empresas neste suposto esquema de corrupção, que segundo as investigações, vinha sendo praticado, pelo menos, desde 2010.
O promotor do Gaeco, Antonio Farto Neto, diz que o Ministério Público quer saber o valor total que foi desviado no esquema. "O Ministério Público quer fazer uma avaliação de qual foi o montante arrecadado pela quadrilha, em prejuízo das pessoas que fizeram a vistoria em seus veículos e, até mesmo, as empresas que realizavam essas vistorias. Em função dos registros que eles têm, de cada vistoria que foi realizada, nós temos a ideia de quanto era cobrado de prpoina em cada vistoria", explica.
Os três estão presos temporariamente e devem ter o pedido de prisão preventiva decretado nos próximos dias. Eles podem responder pelos crimes de concussão, que é a extorsão praticada pelo funcionário público no exercício da função e também por formação de quadrilha.
"A análise depois é que haja uma ação civil pública de improbidade administrativa buscando esse tipo de ressarcimento, perda do cargo e outras previsões legais dentro da lei de improbidade", comenta o promotor Ricardo.
Segundo Farto Neto, milhares de pessoas podem ter sido vítimas do grupo. "Em cada vistoria de veículo que foi feita, uma vítima foi prejudicada. São centenas, milharesde pessoas que tomaram prejuízos, de muitos anos. Daí que nós podemos pedir a prisão preventiva [dos suspeitos]", conclui o promotor do Gaeco.
Sede do Gaeco em Sorocaba (Foto: Reprodução/TV TEM)Testemunhas prestaram depoimentos na sede do Gaeco, em Sorocaba (Foto: Reprodução/TV TEM)

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