Governo do Rio autoriza PM a usar balas de borracha em atos durante a Copa

Em outubro, após denúncias de violência policial na repressão a protestos, o comando da PM havia proibido o uso da munição de borracha


Felipe Werneck - O Estado de S. Paulo
RIO - A Polícia Militar do Rio está autorizada a usar balas de borracha em manifestações de rua durante a Copa do Mundo, disse nesta sexta-feira, 30, o responsável por Grandes Eventos na Secretaria de Segurança, Roberto Alzir. Em outubro, após denúncias de violência policial na repressão a protestos, o comando da PM havia proibido o uso da munição de borracha.
Policiais revistam manifestantes durante protesto no Rio de Janeiro - Antonio Lacerda/EFE
Antonio Lacerda/EFE
Policiais revistam manifestantes durante protesto no Rio de Janeiro

"Não há restrição ao uso de balas de borracha no Rio", afirmou Alzir em entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR). No entanto, de acordo com boletim interno da PM assinado pelo comandante da corporação, coronel José Luís Castro Menezes, a munição de borracha não deve ser utilizada "sob nenhum pretexto". A determinação teve efeito: desde outubro, a PM deixou de usar esse tipo armamento em manifestações.
Perguntado pelo Estado sobre a norma, Alzir primeiro negou que ela exista. Depois, no fim da entrevista, ele voltou ao tema e afirmou que se tratava apenas de "uma orientação, uma estratégia" do coronel Castro. Para Alzir, o recurso seria usado em "quase último caso". "Fica sob análise da PM a conveniência ou não da utilização. A ideia do uso da força é ser sempre gradual e a bala de borracha está bem próxima do armamento letal. A PM procura usar um escalonamento até chegar ao uso dela, que não tem sido necessário. Mas num cenário mais agudo e mais complexo, que esperamos não encontrar durante a Copa, não haveria impedimento legal para o uso de balas de borracha."
Exército. Alzir e o delegado federal Anderson Bichara, coordenador do CICCR, anunciaram que a presidente Dilma Rousseff já autorizou o uso das Forças Armadas no policiamento ostensivo durante a Copa. Os militares devem acompanhar o deslocamento da seleção brasileira no domingo, de Teresópolis para o Aeroporto do Galeão, além de policiar pontos turísticos, hotéis e rotas de delegações. Exército, Marinha e Aeronáutica colocaram 5.700 homens à disposição do governo do Rio, que terá o reforço de 2.900 PMs recém formados.
"A Copa é um evento que não pode parar. As medidas necessárias serão adotadas para controlar as manifestações, dentro da técnica e do diálogo possível. Se descambarem para a violência, a polícia está apta a usar a força necessária. Teremos a maior operação de segurança da história do Rio", disse Alzir.

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