Chuva faz mais de 4 mil deixarem casas no Rio Grande do Sul

Rio Uruguai ficou 18 metros acima do normal; cheia atinge 52 cidades e 1.609 pessoas foram para abrigos públicos



PORTO ALEGRE - Cinco dias de chuva intensa elevaram o nível dos rios, provocaram inundações e forçaram 4.675 pessoas a deixarem as casas no noroeste do Rio Grande do Sul. O balanço, divulgado pela Defesa Civil no fim da tarde desta sexta-feira, 27, destaca ainda que o Rio Uruguai, divisa natural do Estado com Santa Catarina e fronteira natural com a Argentina, chegou a 18 metros acima do normal. Nos 52 municípios atingidos pelo fenômeno, 1.609 pessoas foram encaminhadas para abrigos públicos, incluindo ginásios de esportes, salões comunitários e escolas - e outras 3.066 conseguiram se transferir temporariamente para a casa de parentes e amigos.
As prefeituras de Vicente Dutra, Erval Grande e Barão do Cotegipe solicitaram ao governo do Estado a homologação da situação de emergência e outras vão recorrer à mesma medida nos próximos dias. Uma das situações mais graves é a de Iraí, onde a prefeitura calcula que 1,2 mil pessoas estão fora de suas casas. Também há centenas de desabrigados em Nonoai e Porto Xavier, entre outros municípios da região.
A ponte sobre Uruguai, entre Iraí e Palmitos, em Santa Catarina, foi interditada durante o dia. Outras passagens pelo Uruguai, como entre Nonoai (RS) e Chapecó (SC) e Erechim (RS) e Concórdia (SC), correm o risco de ficar debaixo da água. Em Porto Mauá e Porto Xavier, o transporte de balsas para o lado argentino da fronteira foi suspenso. A enchente do Uruguai deve chegar a cidades como São Borja, Itaqui e Uruguaiana, conforme as águas forem descendo para a foz.
Previsão. O grande volume de chuva no noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná, com acumulados de até 360 milímetros em cinco dias, é resultado do deslocamento de umidade da Amazônia para o sudeste do continente sul-americano. 
A previsão para os próximos dias indica perspectiva de chuva até segunda-feira. O volume tende a ser menor, o que pode até fazer que as águas baixem nas cabeceiras dos rios. Mas permanece a preocupação com o escoamento das águas, que podem inundar regiões mais baixas. No Rio Grande do Sul, a Defesa Civil admite que podem ocorrer problemas nos Vales do Caí, Sinos e Paranhana, rios que descem da metade norte, serrana, para a planície de região metropolitana.

Postar um comentário

0 Comentários