PM é detido suspeito de participar de chacina em Carapicuíba

Oito pessoas morreram e três ficaram feridas nos ataques dessa madrugada; há 15 dias, cinco pessoas foram mortas na cidade


Um soldado da Polícia Militar foi preso manhã desde sábado sob suspeita de que tenha participado de uma chacina que deixou 8 mortos e outros três feridos - dois internados em estado grave - na madrugada, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Segundo a Polícia Civil, outros policiais militares ainda não identificados podem estar envolvidos. O PM nega o crime. Foi a segunda chacina em menos de 15 dias no município.
As mortes ocorreram em uma série de quatro ataques entre 3h20 e 5 horas. Na Avenida Comendador Dante Carraro, cinco foram mortos - uma das vítimas era uma mulher grávida de três meses - e outros dois ficaram feridos gravemente por tiros. Na Rua Jaci, houve um morto. Na Rua Diógenes Ribeiro de Lima, duas pessoas também morreram. Um último ataque, na Rua Rio Branco, deixou um homem ferido na mão. 
O policial, que está há cinco anos na corporação, foi detido depois de alegar à polícia que teria sofrido um assalto, acompanhado de uma namorada, por volta das 3 horas, mesmo horário do primeiro ataque. Ele estava com ferimento de bala na perna e disse que seria consequência da ação do assaltante. 
A namorada confirmou a história inicialmente, mas, depois de confrontada na delegacia, acabou confessando que o policial teria pedido para mentir. A mulher, no entanto, disse que não sabia do plano do PM e que o casal terminou o encontro algumas horas antes do início das mortes. A moto do policial foi localizada no local em que ele havia dito que foi roubada. Com o PM, uma pistola de calibre semelhante à de parte das mortes foi encontrada. "Ficou provado que era um álibi", disse o delegado Marcelo José do Prado.
O capitão da PM Fábio Prado afirmou que a Corregedoria da corporação vai acompanhar o caso e considerou que "ainda é prematuro" falar em grupo de extermínio da PM em Carapicuíba. A polícia, no entanto, investiga o envolvimento de ao menos outros seis policiais. Foram encontrados três tipos de calibre - 9mm, 380 e calibre 12. 
Existe a suspeita de que o crime seria uma vingança pela morte do soldado da PM Adailton da Silva Souza, de 30 anos, cujo corpo foi entrado no último dia 19. Ainda não há informações que liguem o caso à chacina que ocorreu no dia 13 de julho, no mesmo município, quando cinco morreram.
Duas vítimas que sobreviveram foram encaminhadas ao Hospital Geral do município, em estado grave, informou a Secretaria da Saúde. O terceiro sobrevivente depôs no 1.º DP e foi liberado. A Polícia Civil informou que alguns dos mortos tinham histórico criminal, mas sem especificar quantos.

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