Bancários anunciam início de greve para hoje

Sindicato pretende mobilizar toda a categoria, o que deve afetar o atendimento nos bancos de Sorocaba e região





Giuliano Bonamimgiuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br

O Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região anunciou para hoje o início da greve que pretende mobilizar os cerca de 4.500 funcionários das 327 agências bancárias existentes na sua área de atuação. Esses profissionais prometem cruzar os braços por tempo indeterminado até que, segundo o sindicato, os bancos atendam às reivindicações da categoria. Uma proposta de 7% de aumento diante de uma inflação de 6,35% - o que representa um ganho real de 0,61%, foi feita pelos patrões, mas rejeitada pelos trabalhadores.

No ano passado, a greve dos bancários durou 23 dias e só terminou depois que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) elevou de 6% para 8% (aumento real de 1,82%) o índice de reajuste sobre os salários, além do reajuste em outros benefícios.

O presidente do sindicato, Júlio César Machado, acredita que neste ano a greve não terminará antes do primeiro turno das eleições - agendado para 5 de outubro. "Quem sabe finalize antes do segundo turno", conta.

As últimas reuniões antes da deflagração da greve ocorreram ontem na sede do sindicato, situada na Vila Barão. Diretores das regiões de Itu, Itapeva e Itapetininga estiveram no encontro para definir a estratégia de atuação durante a manhã de hoje.

Aproximadamente 2.500 cartazes com a frase "Estamos em greve" foram impressos e distribuídos aos representantes dos sindicatos. Os papéis serão colocados nas fachadas das agências bancárias para alertar a população do fechamento das portas.

Somente em Sorocaba existem 104 agências bancárias. Machado preferiu não divulgar qual será a estratégia usada na manhã de hoje, mas tudo indica que a paralisação tenha início na região central da cidade - entre as ruas São Bento e 15 de Novembro.

Machado ressaltou que a categoria tentou durante 40 dias negociar com os banqueiros. "E todas as tentativas foram esgotadas", diz. "E as nossas reivindicações são mais sociais do que econômicas", completa.

A categoria quer um reajuste acima da inflação de 5,8%, além do 14º salário, piso salarial de R$ 2.979,25, participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários base e mais uma parcela adicional de R$ 6.247. A lista de pedidos inclui ainda um auxílio creche no valor de R$ 724 e vales alimentação e refeição.

Com medo da greve, a pedagoga Elen Cristina Souza Santos, 24 anos, esteve ontem em uma agência bancária na região central para retirar dinheiro. O objetivo era fazer um saque - possível somente na boca do caixa - e pagar os pedreiros, que fazem uma reforma em sua residência. "Mas o sistema estava fora do ar. Agora eu não sei o que vou fazer, pois os bancos entrarão em greve sem previsão para voltar", comenta.

O autônomo Alexandre Alvarenga, 50, mora em Minas Gerais e veio a Sorocaba para visitar parentes. Segundo ele, a paralisação dos bancos prejudica os usuários do serviço. "Só quero ver quanto tempo isso vai durar", diz.

Já a balconista Renata Fekete, 32, não tem boas lembranças da última greve dos bancários. Em 2013, a categoria cruzou os braços em 19 de setembro e paralisou o serviço durante 23 dias consecutivos. "Por isso, precisei pagar R$ 162 de juros porque não consegui pagar no banco uma prestação do meu veículo", lembra.

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