Entidade que atende crianças em situação de risco necessita de ajuda financeira

O local funciona desde maio e, de lá pra cá, dezesseis crianças passaram pela ONG


Anderson Oliveira
anderson.oliveira@jcruzeiro.com.br 


A realização do sonho de criança da paulistana Isabel Galvão Simon tem sido a concretização do sonho de crianças sorocabanas de encontrar um lar seguro. A vontade dela era criar uma ONG que ajudasse, de alguma maneira, nos cuidados com o público infantil. Foi apenas nesse ano, contudo, que ela conseguiu. O resultado é o Lar Casa Bela, com 10 crianças abrigadas - acolhidas de situação de risco -, e outras seis crianças, que, agora, contam com um novo lar ou mesmo a reestruturação de suas famílias. Apesar das boas notícias, por ser uma instituição nova, o Lar ainda vive dos recursos de sua criadora. 

De acordo com Isabel, existem 178 crianças acolhidas em abrigos enquanto esperam pelo resultado do processo judicial que decidirá se elas voltarão para a família ou serão encaminhadas para a adoção. Apenas sete entidades, no entanto, abrigam esses menores. Outras 130 crianças aguardam por um abrigo semelhante. É para tentar minimizar esse problema que ela decidiu investir nessa ideia. 

"Desde criança eu tinha esse projeto em mente. Trabalhei por 13 anos no mercado financeiro para um dia ser voluntária no meu próprio lar", explica Isabel, que preside a instituição. Ela ressalta que tinha dúvidas entre abrir uma casa de apoio a crianças com câncer infantil ou um abrigo. Ainda nesse tempo pensava em executar esse projeto em São Paulo. Durante um dos trabalhos voluntários, contudo, conheceu seu marido, de Sorocaba, motivo que culminou na opção por Sorocaba. 

"Atendemos, hoje, 10 crianças. E esse número não vai aumentar, porque nossa meta é atender com qualidade essas 10", conta a presidente do Lar, explicando que a maioria é de filhos de pais usuários de drogas e de vítimas de violência doméstica. A primeira criança do Lar Casa Bela chegou em 13 de maio deste ano. De lá para cá, 16 crianças foram acolhidas. Uma voltou para a família e outras cinco encontraram uma nova família. "Uma tinha seis anos, difícil de ser adotada, porque já é considerada adoção tardia", comenta. 

Faltam recursos 

Sem contar com veículo e com o repasse de verbas da Prefeitura de Sorocaba, o Lar Casa Bela ainda é mantido com os recursos que Isabel Simon acumulou ao longo da carreira. Atualmente, a instituição gasta pouco mais de R$ 31 mil por mês. "É bem difícil a parte financeira, principalmente, com a folha de pagamento e o aluguel. A gente ainda gasta mais do que recebe." De acordo com ela, o convênio com a Prefeitura só pode ocorrer a partir de um ano abrigando as crianças. 

Para conseguir recursos e voluntários, sem ter nenhum contato na cidade, a presidente do Lar Casa Bela explica que foi preciso bater na porta de cada empresa, o que deu resultado. "Encontrei algumas empresas que acabaram ajudando." E acrescenta: "Mas já vendi até pastel no Ceagesp para poder reverter para a casa." 

Além da necessidade de ir em busca de novos parceiros, foi preciso um pouco de sorte também para agregar voluntários, ela conta. "Foi passeando com os meus cachorros, na praça, conheci uma voluntária que tinha cachorro, que conhecia uma amiga, que também trouxe parentes", detalha Isabel, que afirma ter 15 voluntários fiéis hoje. 

Ajuda 

"As pessoas que acreditarem na gente, tiverem confiança e quiserem ajudar, apadrinhando uma criança financeiramente, mandamos boleto no valor que a pessoa quiser. Tem prestação de contas de tudo", destaca Isabel Simon. Segundo ela, a instituição procura divulgar, em sua página no Facebook (facebook.com/LarCasaBela), o que está precisando. "Às vezes, material para o refeitório, fraldas, leite. E a gente gasta muito com remédio também", conclui. 

O contato com o Lar Casa Bela deve ser feito pelo e-mail contato@larcasabela.org.br. O endereço eletrônico da instituição é o www.larcasabela.org.br.

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