Uruguai: boca de urna indica segundo turno entre Vázquez e Lacalle

O candidato à Presidência do Uruguai pela Frente Ampla e ex-presidnete (2005-2010), acena para simpatizantes em evento de campanha, em Montevidéu

O ex-presidente esquerdista Tabaré Vázquez e o centro-direitista Luis Lacalle Pou disputarão, em 30 de novembro, o segundo turno da disputa pela Presidência, que o popular José Mujica deixará vaga, segundo pesquisas de boca de urna após as eleições deste domingo. 
O candidato da Frente Ampla (FA, esquerda, situação), Tabaré Vázquez, teria obtido entre 44% e 46% dos votos nas eleições nacionais, seguido de Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (PN, centro-direita), com 31% a 33%, segundo pesquisa de boca de urna das consultorias Equipos Mori, Factum e Cifra.
O Partido Colorado (centro-direita), liderado por Pedro Bordaberry, teria ficado em terceiro lugar, com 14% dos votos, enquanto o minoritário Partido Independente teria obtido 3% dos sufrágios e conseguiria, pela primeira vez, uma cadeira no Senado.
O Tribunal Eleitoral, que faz a contagem de forma manual, espera divulgar os resultados oficiais na manhã de segunda-feira.
Se os resultados forem confirmados, a Frente Ampla, no governo desde 2005, perderia a maioria parlamentar que lhe permitiu aprovar, na última década, reformas fiscais e da saúde, ou leis como a descriminalização do aborto, o casamento gay e a regulamentação do mercado da maconha.
Os uruguaios rejeitaram uma reforma constitucional que pretendia diminuir de 18 para 16 anos a idade a partir da qual é possível punir penalmente um jovem por crimes graves, uma vitória para as organizações sociais e a esquerda governista.
A reforma não alcançou 50% mais um dos votos para ser aprovada, segundo pesquisas de boca de urna dos institutos locais de pesquisas.
"Por sorte, o povo uruguaio não aprovou esta reforma retrógrada, reacionária e autoritária, que em nada teria contribuído para reduzir a delinquência. É uma das melhores notícias que recebi hoje", disse à AFP, com sorriso de orelha a orelha, o vice-presidente, Danilo Astori.
A reforma, promovida pelo candidato Pedro Bordaberry e apoiada pelo Partido Nacional, visava a reduzir a idade de responsabilidade penal para 16 anos em casos de homicídios, lesões corporais graves, roubo com violência, extorsão, sequestro e estupro, entre outros crimes.
A reforma foi promovida pela Comissão para Viver em Paz, criada em 2011, em um cenário de crescente insatisfação da população com a falta de segurança pública.

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