Estudo mostra que oceanos recebem 8 milhões de toneladas de plástico por ano

Washington, 12 fev (EFE).- Um estudo divulgado nesta quinta-feira mostra que os oceanos recebem, em média, 8 milhões de toneladas de plástico por ano, e seus autores pedem que a comunidade internacional adote medidas para melhorar a coleta e o tratamento de resíduos plásticos.
Jenna Jambeck, professora de engenharia ambiental da Universidade da Geórgia, liderou o estudo, que analisou dados de resíduos sólidos recolhidos em 192 países em 2010.
'Oito milhões de toneladas equivalem a cinco bolsas de compras cheias de sacos plásticos a cada 30 centímetros no litoral dos 192 países analisados', disse Jenna em entrevista coletiva.
Os resultados, publicados nesta semana na revista 'Science', indicam que, dos 275 milhões de toneladas de resíduos plásticos gerados em 2010, entre 4,8 e 12,7 milhões chegaram aos oceanos no mesmo ano, a maioria produzida por um grupo de 20 países - a China lidera este grupo, que inclui os Estados Unidos.
A equipe de pesquisadores, formada por engenheiros, biólogos, oceanógrafos e ecologistas, destaca que, embora outros estudos tenham já tivessem identificado a presença de resíduos plásticos nos oceanos, até agora não se tinha conhecimento sobre a quantidade que entra anualmente.
Jenna discursou durante a reunião anual da Associação Americana para o Avanço das Ciências (AAAS), realizada em San José, na Califórnia, e afirmou que não se trata de uma 'lista acusatória', mas sim de uma possibilidade de analisar os motivos que levam os países a estar nessa lista.
De acordo com as projeções do estudo, a quantidade de resíduos plásticos que chega aos mares aumenta a cada ano, por isso, estima-se que em 2015 os oceanos receberão cerca de 9,1 milhões de toneladas de plástico.
A equipe advertiu que, caso providências não sejam tomadas, como a melhora da gestão de resíduos e a ampliação dos sistemas de reciclagem de plástico, esta quantidade poderá ter um impacto acumulativo de até 155 milhões de toneladas em 2025.
'Devemos reduzir a produção de resíduos e aumentar a quantidade de lixo recolhido e administrado corretamente', alertou Jambeck.
Para chegar a estes dados, foi criado um modelo de prognóstico no qual, além de quantificar o desperdício, outros fatores são analisados, assim como a densidade demográfica ou a situação econômica de cada país, com dados do Banco Mundial.

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