Em derrota de Cunha, plenário da Câmara derruba distritão

Em derrota de Cunha, plenário da Câmara derruba distritão: O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha fala ao telefone no plenário. Casa derrubou o distritão, encampado pelo PMDB© Fornecido por Estadão O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha fala ao telefone no plenário. Casa derrubou o distritão, encampado pelo PMDB
Brasília - O plenário da Câmara dos Deputados derrubou na noite desta terça-feira, 26, a proposta de adoção do sistema eleitoral onde os candidatos mais votados são eleitos, o distritão. Encampado pelo PMDB, o distritão teve 210 à favor, 267 contra e cinco abstenções. Em seguida os deputados iniciaram a votação do sistema distritão misto.
Eram necessários 308 votos à favor para aprovar o distritão. As surpresas da noite foram os posicionamentos em plenário do PSDB e do PCdoB.
O distritão era a proposta que entrou no relatório do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentado nesta teça. PMDB, PTB, DEM, PSC, Solidariedade, PP e até o PCdoB votaram à favor. PT, PRB, PSOL, PPS, PR, PSB, PDT, PSOL, PV orientaram o voto não. 
Durante a votação, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal fiador da proposta, deixava claro sua posição. "Não aprovar (o distritão) significa votar no modelo que existe", afirmou. Segundo ele, quem pregou a derrota ao distritão em plenário argumentou que o modelo torna as eleições mais caras, favorece o personalismo na política e agrava a crise de representação.
"Vai acabar com os partidos políticos. Se fosse bom, teria sido adotado por vários países", lembrou o petista Alessandro Molon (PT-RJ), mencionando o Afeganistão como exemplo de país que adota o sistema. Em um apelo aos tucanos, que estavam rachados nesta votação, Molon citou Aécio Neves, que disse nesta teça que o distritão é o caminho mais rápido para o retrocesso.
O discurso não sensibilizou os tucanos, que foram liberados a votar livremente, assim como o PSD e PROS. No caso do PSD, já havia um compromisso do ministro Gilberto Kassab (Cidades) firmado há 15 dias com Cunha de liberar a bancada. 
"Somos contra esse detritão", afirmou na tribuna o líder do PSOL, Chico Alencar (PSOL-RJ). "O distritão é retrocesso na política do Brasil", emendou o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL).
O relator de plenário admitiu que o modelo não é o ideal, mas considerou que o sistema majoritário representaria um "um salto à frente" diante de um modelo eleitoral exaurido. "Não vamos entrar no discurso não tem no país A, não tem no país B", declarou. O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) também pregou voto ao distritão e disse que é melhor uma reforma "Tiririca" do que uma reforma política que não traga os resultados demandados pela sociedade. "Essa será a reforma Tiririca: pior que está não fica", afirmou Heráclito. 
Em nome do PMDB, o deputado Celso Pansera (RJ) disse que sistema político atual está desgastado e que essa era a "oportunidade de ouro" de promover as mudanças. "Todos acham que tem que mudar o sistema mas ninguém tem coragem de mudar. Nós do PMDB temos a coragem de conduzir esse processo de mudança", declarou.

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