Morte de jovem é esclarecida após um ano

27/06/15 | adriane.mendes@jcruzeiro.com.br - 

   


A Polícia Civil de São Roque apresentou ontem o acusado da morte de uma jovem de 23 anos, ocorrida em maio do ano passado num terreno baldio da Vila Amaral. A elucidação do crime, em decorrência de investigações sobre tráfico de drogas, foi possível graças à localização de uma testemunha, para quem o acusado havia confessado o assassinato da vítima. De acordo com a testemunha, que inclusive tem a identidade preservada judicialmente, a vítima era usuária de drogas e costumava pagar o traficante com favores sexuais. Ele, no entanto, nega a autoria do latrocínio (roubo seguido de morte) e também que conhecesse a moça.

O caso, na época, foi muito comentado pela forma cruel como aconteceu o crime, mediante ferimento na cabeça provocado por um pedaço de concreto. Ela estava seminua, despida da cintura para baixo, e sua moto foi encontrada queimada em outro ponto da cidade. Em contato com a imprensa, em vez de tentar se defender, o acusado se mostrou ontem agressivo, tentando, mesmo algemado, agredir uma jornalista da TV Bandeirantes de São Paulo. O acusado responderá por latrocínio, por ter fugido com a moto da vítima e desaparecido com o seu celular.

De acordo com o delegado titular de São Roque, Marcelo Sampaio Pontes, o esclarecimento ocorreu no mês passado, um ano após o crime, quando, durante as investigações sobre o tráfico de drogas, o nome da jovem foi relacionado ao do acusado. Ele estava preso desde 24 de maio do ano passado, ou seja, uma semana após o crime, ao ser autuado em flagrante por tráfico, e também por ser procurado como foragido. Ele tem também seis condenações por roubo.

Segundo o delegado, na ocasião da prisão do acusado não se imaginava qualquer relação com o latrocínio, e que somente depois, durante os cruzamentos de informações com foco no combate ao tráfico, é que o nome da vítima surgiu. A partir disso, as investigações se voltaram ao crime contra a vida, chegando-se até a testemunha que, amparada pela lei para não ser identificada, relatou que o acusado, horas depois do assassinato, contou o que havia feito. A revelação teria sido num bar. Conforme descrito no inquérito, o acusado teria dito: "Tô muito louco, já fiz o que tinha que fazer, ela não ficou comigo e não ficará com mais ninguém". Tempos depois ele teria dito ainda que "cumpri o que eu prometi, ela vacilou; arrastei ela da balada sem ela saber, e ela não acreditou".

O delegado Marcelo Pontes disse que a revelação apontou que a jovem havia se viciado, e que como forma de pagamento, mantinha relações sexuais com o acusado. O delegado não descarta a possibilidade do acusado ter se interessado afetivamente pela vítima. Ainda segundo o delegado, o acusado do latrocínio, que inclusive é apontado como líder do tráfico na área central, teria sido visto na moto da vítima momentos antes de ser morta.

Na ocasião do crime foi levantada a possibilidade de que a jovem tivesse sido violentada sexualmente, mas a falta de sinais de violência também reforçaria o fato da jovem manter relacionamento sexual com o preso. No local do crime inclusive, havia um sofá com peças de roupas dela.

O delegado ouviria o preso ainda ontem, mas ele acreditava que o mesmo continuasse a negar, falando somente em juízo. Para ele, porém, o depoimento da testemunha encerra o caso. Após prestar depoimento, o acusado retornaria para a penitenciária de Guareí, na região de Itapetininga. O jornal não divulgou os nomes para não denegrir a imagem da vítima.

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