Um homem e uma mulher atendiam em hospitais de São Roque e Mairinque.
Suspeita é que dupla tenha diplomas estrangeiros, sem validade no Brasil.
Dois supostos médicos foram flagrados e detidos pela polícia nesta quinta-feira (16) utilizando o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) de outros profissionais na região de Sorocaba (SP). Segundo a polícia, um homem e uma mulher, identificados apenas como Pablo e Natália, atendiam nos hospitais da Santa Casa em São Roque (SP) e Mairinque (SP).
Os dois suspeitos foram levados para a delegacia de Mairinque para serem ouvidos. Ainda de acordo com a polícia, eles foram contratados por uma empresa que presta serviço para prefeituras e atendiam pacientes em, pelo menos, três cidades. A suspeita é que os dois tenham se formado em faculdades de medicina estrangeiras, cujos diplomas não têm validade no Brasil e, por isso, utilizavam CRMs de terceiros, informou a polícia.
Uma sindicância foi aberta na Santa Casa de Mairinque para investigar os mais de 50 médicos que atuam no local.De acordo com o diretor de Saúde de São Roque, Sandro Rizzi, todos os prontuários atendidos por esses médicos serão analisados. "A Santa Casa está chamando aquelas pessoas que foram atendidos por esses médicos, fazendo uma ligação para eles, para ver como é que elas estão. Aquelas que não estiverem bem, vamos convocar para passar um médico, com certeza, médico", explica.
Ainda conforme a polícia, a investigação descobriu a dupla depois que uma falsa médica foi descoberta utilizando ilegalmente o registro de outra profissional para trabalhar nos mesmos hospitais e, também, no pronto-atendimento de Alumínio (SP).
O Cremesp em Sorocaba abriu uma sindicância para apurar como foi feita a contratação da falsa médica de Alumínio e informou que também vai investigar os outros dois casos desta quinta-feira.
O Cremesp revelou que já está disponível uma nova carteirinha, com chip e foto impressa, que deve evitar a falsificação.
Primeiro caso
A mulher que usava o CRM de outra pessoa em Alumínio havia se apresentado como Cibele Lemos, e foi descoberta depois que abandonou o plantão no último sábado (11), sem dar explicações à equipe. Quando o diretor de Saúde resolveu formalizar uma reclamação no site do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), viu que a foto da profissional não tinha nada a ver com a pessoa que trabalhava no local.
A mulher que usava o CRM de outra pessoa em Alumínio havia se apresentado como Cibele Lemos, e foi descoberta depois que abandonou o plantão no último sábado (11), sem dar explicações à equipe. Quando o diretor de Saúde resolveu formalizar uma reclamação no site do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), viu que a foto da profissional não tinha nada a ver com a pessoa que trabalhava no local.
A verdadeira médica Cibele Lemos foi encontrada e negou conhecer a mulher que utilizou o CRM ilegalmente. Em entrevista por telefone à TV TEM, ela disse que já está tomando as providências cabíveis. "É óbvio que não a conheço. Já estou conversando com o meu advogado sobre isso", afirmou. Cibele atende na Santa Casa de Patrocínio Paulista, no extremo norte do estado.
Fernanda Ueda, delegada responsável pelo caso, informou que instaurou um inquérito e a mulher pode responder por falsidade ideológica, documental - por assinar prontuários médicos - e exercício ilegal da profissão. A delegada informou também que vai investigar se os pacientes atendidos por ela tiveram a saúde prejudicada por erro no diagnóstico ou tratamento. Nesse caso, ela pode responder também por lesão corporal e até tentativa de homicídio.
Orientação do Cremesp
Os pacientes que foram atendidos pela mulher que usou registro de uma médica flagrada na cidade de Alumínio (SP) nesta semana devem passar por nova consulta, segundo orientaçãode um dos responsáveis pelo Conselho Regional de Medicina no Estado de São Paulo (Cremesp).
Os pacientes que foram atendidos pela mulher que usou registro de uma médica flagrada na cidade de Alumínio (SP) nesta semana devem passar por nova consulta, segundo orientaçãode um dos responsáveis pelo Conselho Regional de Medicina no Estado de São Paulo (Cremesp).
“É interessante que esses pacientes procurem novamente o serviço para passar com o médico legitimamente registrado e com uma formação adequada para que possa fazer uma revisão desse atendimento, e ver se o seu problema foi adequadamente atendido”, afirma João Márcio Garcia, respresentante da regional do Cremesp em Sorocaba.
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