Em São Paulo, PM interrompe aula pública do professor que recusou entrevista à GloboNews


28 de abril de 2016 às 14h01
Em São Paulo, a Polícia Militar, interrompe aula pública da Uninove, professor Reginaldo Nasser da PUC – SP (o que se negou a dar dar entrevista para GloboNews). A quem serve atrapalhar a educação?
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Uninove
Aula do professor Reginaldo Nasser: mobilização contra o golpe que pretende tirar Dilma da presidência. Foto: UNE/Divulgação
 ESTUDANTES PELA DEMOCRACIA
PM interrompe em São Paulo aula pública contra o impeachment
UNE realiza protestos em universidades de todo o país, totalizando 65 atos entre trancaços, ocupações de reitoria, marchas e paralisações de rua contra a ruptura democrática pretendida pelo Parlamento
São Paulo – Uma aula pública do professor de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Reginaldo Nasser foi interrompida na manhã de hoje (28) pela Polícia Militar. O professor realizava a aula em frente ao prédio da Uninove na Barra Funda. “Foi um absurdo o que aconteceu, estávamos pacificamente em frente à universidade, assistindo a uma aula, e a PM sem mais nem menos chegou pedindo o RG do professor e dos estudantes. Essa é a PM que tem resquícios da ditadura militar sob o comando do governo do PSDB”, afirmou o diretor de comunicação da União Nacional dos Estudantes (UNE), Mateus Weber.
Hoje a UNE está realizando protestos em universidades de todo o país contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em tramitação no Senado, depois de ter sua admissibilidade aprovada pela Câmara no dia 17 de abril. O dia começou com a reitoria da Federal da Fronteira Sul (UFFS), em Erechin (RS), ocupada. As atividades acadêmicas estão suspensas até o período noturno de hoje, quando haverá decisão em assembleia sobre a continuidade do ato.
Segundo balanço divulgado pela UNE, são mais de 65 atos confirmados em instituições de ensino e seus entornos em todo o Brasil. São trancaços, ocupações de reitoria, marchas e paralisações de rua. As ações marcam o posicionamento dos estudantes brasileiros contra a ruptura democrática no país, o impeachment sem base legal, a figura do presidente da Câmara acusado de corrupção, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e também para dizer que os estudantes não aceitarão um governo de Michel Temer.
No Rio de Janeiro, estudantes da Faculdade Nacional de Direito realizaram um escracho em frente ao prédio da redação do O Globo. Os estudantes jogaram bolas de tinta vermelha na parede e denunciaram a Rede Globo como uma das incitadoras do golpe. Em Fortaleza, os estudantes ocuparam o Restaurante Universitário da Universidade Federal do Ceará.
Ainda hoje, os estudantes vão realizar uma aula pública contra o golpe no chamado “Corredor” da Rua Vergueiro, que reúne as universidades privadas Unip, FMU e Uninove.
Confira abaixo as manifestações realizadas nos estados:
Paraná – Em Curitiba, estudantes estão realizando um ato contra o golpe, desde as 17h30, no Pátio da Reitoria da UFPR.
”Nós acreditamos que é preciso dar uma resposta política depois da votação que decidiu pelo impeachment na Câmara dos Deputados. O povo brasileiro não se sente representado por esse Congresso. Queremos mostrar é possível fazer política pelas nossas mãos e apresentar nossas perspectivas não só de defesa da democracia mas também de melhorias nas universidades”, falou o presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Bruno Pacheco.
Foz do Iguaçu – Aula Pública na Unioeste a partir das 19h
Laranjeiras do Sul – Cine Debate na UFFS partir das 19h
Minas Gerais e Bahia – Ainda na noite de ontem (27), os estudantes das instituições deram início aos primeiros atos com a ocupação da reitoria da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais. Não existe ainda acordo para a desocupação.
Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, os manifestantes bloquearam o trânsito na Av. Adhemar de Barros, em local próximo ao monumento das Gordinhas. Já na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ihéus, também ocorreu um ato fechando os portões da instituição.
Ceará e Pernambuco – Na Universidade Federal do Ceará (UFC) houve um cortejo entre os blocos da instituição e foi realizada uma aula pública nos jardins da reitoria sobre o Estado Democrático de Direito e a luta pela democracia com a participação de professores e alunos. Logo depois os manifestantes saíram em marcha até o RU do Benfica.
Na Universidade de Pernambuco (UPE) também teve uma aula pública e o estudantes apresentaram à reitoria uma carta cobrando posicionamento do Conselho Universitário em relação ao golpe.
Paraíba – Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Campus V, também aconteceu uma aula pública sobre democracia.
Rio de Janeiro – Acontecem atos em Macaé nas universidades UFF, UFRJ e FEMAS.
Amazonas – Em Manaus, na Universidade Estadual do Amazonas (UEA), no auditório da instituição, acontece um debate sobre o momento político atual.
Amapá – Palestra ”Democracia e Estado de Direito: Aspectos Políticos e Técnicos do Processo de Impeachment da Presidenta Dilma” na UEAP, a partir das 19h.
Brasília – Já na UnB, no Distrito Federal, os estudantes estão reunidos em assembleia para decidir os atos do dia. A presidenta da UNE, Carina Vitral, está lá. “Nessa conjuntura complexa que vive o Brasil, não seria outra parte da sociedade senão os jovens a reagirem a este atentado a democracia”, afirmou Carina. Mais cedo, os discentes fecharam o acesso ao Instituto Central de Ciências (ICC), conhecido como ”Minhocão”. Cerca de 250 pessoas participaram do ato.
Rio Grande do Norte – Atividade cultural na UFERSA (Hall do CRDH), desde as 17h.
Rio Grande do Sul – Em Porto Alegre está sendo realizado o ato unificado das universidades do estado, desde as 17h30, na Faculdade de Direito da UFRGS. E em Caxias do Sul, um cortejo cultural na Universidade de Caxias do Sul, iniciado às 18h30.
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