Bolsonaro vira alvo de processo por apologia à tortura no Conselho de Ética


Yahoo Notícias28 de junho de 2016
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O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado federal José Carlos Araújo (PR-BA), instaurou nesta terça-feira (28) um processo contra o também deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por apologia ao crime de tortura.
Em duas sessões, Araújo deverá anunciar o nome do relator do caso. O escolhido sairá de uma lista tríplice na qual constam nomes de Zé Geraldo (PT-PA), Wellington Roberto (PR-PB) e Valmir Prascideli (PT-SP). De acordo com os critérios definidos pelo Código de Ética, deverá ser necessariamente do PT ou do PR, fator que foi alvo de protestos por parte do presidente do Conselho.
“No passado, o único impedimento era o Estado e partido do representado. Com a modificação feita por resolução, o presidente em exercício [da Câmara, Waldir] Maranhão fez modificações que impedem que também seja do mesmo bloco. Se perdurar desta forma e não tomarmos providência para voltar a ser como era, pode chegar a um determinado momento em que não poderá ter relator, se admitirem que amanhã pode ser formado um blocão”, alertou Carlos Araújo.
A representação de apologia ao crime de tortura, feita pelo Partido Verde (PV), poderá cassar o mandato de Bolsonaro. Defensor declarado do militarismo, ele já foi gravado em entrevistas dizendo “ser favorável à tortura” e à instauração de outra ditadura no Brasil (assista abaixo). 
Esse ano, durante seu voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff, na Câmara, Bolsonaro homenageou o Coronel Brilhante Ulstra, um dos mais impiedosos torturadores do regime militar.
O colegiado agora terá 90 dias úteis para decidir o futuro do deputado eleito pelo estado do Rio de Janeiro. Uma semana atrás, ele virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia a outro crime; estupro – quando afirmou, em mais de uma oportunidade, à colega de Câmara Maria do Rosário (PT-RS) que ela “não merecia ser estuprada” porque “era feia”.  
Foto: Blasting News

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