24 anos após o Massacre do Carandiru:,a obra “111 Vigília Canto Leitura”

24 anos após o Massacre do Carandiru, o multiartista Nuno Ramos realizará nos próximos dias 1 e 2 de novembro a obra “111 Vigília Canto Leitura”. A obra contará com 24 horas seguidas de leitura dos nomes dos 111 detentos que foram mortos durante o Massacre. Para isso ocorrer, 24 artistas, esportistas, intelectuais e estudantes foram escalados por Nuno para realizar durante uma hora cada a leitura ao seu modo de tais nomes em uma varanda que possui uma vista inteira para São Paulo.
A intenção da obra é ir muito além de lembrar o ocorrido e preservar a lembrança, mas sim trazer à tona a identidade desses indivíduos que tiveram suas vidas tiradas pelo Estado enquanto estavam sob a proteção do mesmo. A ação poderá ser conferida ao vivo no Facebook (https://www.facebook.com/111UmaVigilia/) e YouTube (https://www.youtube.com/channel/UCY9VOYRgthuAAjgxL5-ZHVQ).
Confira a programação:
16h00: José Celso Martinez (diretor de teatro/ ator)
17h00: Luiz Alberto Mendes Junior (escritor) (a confirmar horário)
18h00: Luambo Pitchou (ativista/ refugiado congolês)
19h00: Ferréz (escritor) (a confirmar horário)
20h00: Paulo Miklos (músico)
21h00: Helena Ignez (atriz)
22h00: Bárbara Paz (atriz)
23h00: Laerte (cartunista)
00h00: Marcelo Tas (jornalista/ apresentador)
01h00: Salomão Shecaira (advogado criminalista)
02h00: Isabela Del Monde (advogada – rede de juristas feministas) (a confirmar horário)
03h00: Nuno Ramos (artista)
04h00: a confirmar
05h00: a confirmar
06h00: Daiane dos Santos (esportista) (a confirmar horário)
07h00: Letícia (secundarista) (a confirmar horário)
08h00: Carlos Augusto Calil (professor)
09h00: Sidney Sales ( ex detento, sobrevivente)
10h00: Jean-Claude Bernadet (crítico/ ator)
11h00: Marina Person (cineasta/ atriz)
12h00: Rita Cadillac (cantora)
13h00: Caio Rosenthal (médico)
14h00: Eliane Dias (empresária)
15h00: Paula Beatriz Souza Cruz (professora/ mulher transexual)
Foto Epitácio Pessoa
Foto Epitácio Pessoa

CARANDIRU

No começo de tarde daquele dia 2 de outubro de 1992 dois presos do pavilhão 9 iniciaram uma briga no campo de futebol do presídio e a partir daí os demais presos deram inicio a uma rebelião, que tirou todos os agentes penitenciários e os demais funcionários da antiga Casa de Detenção de São Paulo que na época era dirigida por José Isael Pedrosa.
Pedrosa comunicou ao secretário de Segurança Pública o que estava ocorrendo e após isso três juízes e o comandante Ubiratan Guimarães chegaram para realizar a negociação, porém ás 15:30 o comandante colocou para dentro do presídio a Rota, a Tropa de Choque, o OCE e o Gate. Ás 16:13 tais policiais passaram a atirar nos detentos e só pararam após 30 minutos, deixando 111 mortos e 87 feridos. Os sobreviventes tiveram que passar por um corredor polonês formado por policiais correndo e nus; alguns foram encarregados de empilhar os corpos no 1º andar.
Nenhum dos 74 PMs foram feridos ou punidos. Em setembro de 2016 o Tribunal de Justiça de SP inocentou os 74 policiais militares envolvidos no massacre, as penas giravam em torno de 48 a 624 anos.

SERVIÇO

111 VIGILÍA CANTO LEITURA
Uma obra de Nuno Ramos
Data: 1 de Novembro de 2016 até 2 de Novembro de 2016
Horário: ás 16h até ás 15h

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