Para 83% dos deputados, reforma da Previdência não será aprovada este ano

Consultoria política Arko Advice ouviu 201 dos 513 deputados federais, abrangendo 25 partidos políticos






Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo
28 Agosto 2017 | 18h31
Pesquisa da consultoria política Arko Advice apontou que 83% dos deputados avalia que a proposta de reforma da Previdência não será aprovada este ano pelo Congresso Nacional. Os pesquisadores ouviram 201 dos 513 deputados federais, abrangendo 25 partidos políticos. "Ouvimos 40% do total de parlamentares, o que é muito expressivo", diz o presidente da Arko, Murillo de Aragão. A pesquisa foi feita entre os dias 15 e 23 de agosto.

RODRIGO MAIA
No DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), dos 11 entrevistados, oito estão descrentes. Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO
A chance de o plenário aprovar o texto que passou pela Comissão Especial é muito baixa: 8,45%, de acordo com o resultado da pesquisa. Para quase metade dos entrevistados (48,75%) a proximidade com as eleições de 2018 é o principal obstáculo à aprovação da proposta, seguido pela falta de apoio entre os aliados (34,82%).
Para Aragão, tudo indica que o governo terá de optar por um plano B. Ele destacou que o pessimismo atingiu até mesmo o PMDB, partido do presidente Michel Temer. Dos 24 deputados da legenda consultados, 16 não acreditam na aprovação da matéria. A bancada do PMDB na Câmara conta com 62 parlamentares.

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Entre os 13 deputados do PSDB, dez também não acreditam esse possibilidade. No DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), dos 11 entrevistados, oito estão descrentes.

Entenda a Reforma da Previdência proposta por Temer




"O sinal é muito ruim. A situação é muito complexa e o governo teria que fazer um grande esforço para aprovar (a reforma da Previdência), mesmo assim reduzindo o escopo", afirmou. A maior parte dos deputados entrevistados, ao ser questionada sobre que parte da reforma teria mais chance de ser aprovada, citou que somente a idade mínima, com alguma regra de transição (34,82%).
Balão de ensaio. Para a equipe econômica, o governo não tem ainda quórum para aprovação, mas há uma expectativa de que esse cenário se reverta entre setembro e outubro, abrindo o caminho para a aprovação da medida.
A avaliação da equipe econômica é de que até lá terá que lidar com muitos "balões de ensaio" como propostas de mudança que não partem de dentro do governo.
A fixação de uma idade mínima com a regra de transição é considerada essencial pelo governo para impedir a necessidade de mudança mais à frente com uma dose mais dura de mudanças.

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