SP 247 - Acometido por um câncer e preso desde quarta-feira (20), o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) é uma complicação para o sistema penitenciário, na avaliação de seus defensores. "Não sou médico, mas ele é um transtorno para o sistema penitenciário", disse ao UOL o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.
Aos 86 anos, o ex-prefeito de São Paulo trata um câncer de próstata e também sofre com problemas cardíacos e de hérnia de disco, segundo sua defesa, que teme possíveis efeitos do período na prisão na saúde de seu cliente.
"Cada vez mais haverá dificuldade para mantê-lo no sistema carcerário. Acho que, por uma razão de direito e uma razão humanitária, ele deveria ir para prisão domiciliar. Ele não tem mais força nas pernas. Ele não teria condições de se levantar se não houvesse mais pessoas na cela. Ele precisa que outros presos o ajudem, o que não é confortável para uma pessoa de 86 anos de idade", argumenta Kakay.
O juiz Bruno Macacari, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, negou provisoriamente, em despacho na sexta-feira (22), a prisão domiciliar a Maluf com base em informações de que o Complexo Penitenciário da Papuda possui estrutura de atendimento médico para cuidar do deputado em caso de necessidade.
Em nota, a Sesip (Subsecretaria do Sistema Penitenciário) do Distrito Federal disse que o estado de saúde do deputado "não apresentou qualquer alteração desde que chegou à carceragem" da Papuda, na sexta-feira (22). Antes, Maluf aguardou transferência por dois dias na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
"Concluo, em um primeiro momento, que seu quadro clínico não demanda tratamento ou acompanhamento médico que não possa ser adequadamente prestado pelo serviço de saúde da unidade prisional", disse Macacari.
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