Correios insistem em cortes no plano de saúde dos trabalhadores

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Categoria deve decidir, nos próximos dez dias, se aceita ou rejeita proposta feita em audiência conciliatória
por Redação RBA publicado 26/02/2018 19h17
FENTECT/CUT
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Proposta prevê que empresa arque com 75% do plano, os trabalhadores com 25% e serão retirados pais e mães
São Paulo – Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) têm o prazo de dez dias, a partir de hoje (26), para decidir se aceitam ou não a proposta feita em audiência conciliatória promovida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), na última quinta-feira (22), sobre o plano de saúde da categoria.
De acordo com a proposta relatada pelo ministro Aloysio Silva, a empresa arca com 75% do plano, os trabalhadores com 25% e serão retirados pais e mães. O impacto será grande, visto que 80% dos trabalhadores dos Correios recebem cerca de R$ 2 mil reais de salário, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba (Sintect-SP).
“Guilherme Campos (presidente da ECT) e o governo Temer querem acabar com o convênio médico e outros benefícios para baratear a mão de obra, aumentar os lucros e deixar a empresa pronta para a privatização”, afirma, em nota, o Sintect-SP. A representação sindical exige a manutenção do acordo coletivo que prevê a continuidade do convênio.
Agora, os sindicatos e as federações devem realizar assembleias para deliberar sobre o caso que será julgado no dia 12 de março novamente pelo TST. “Sempre houve processo de negociação em torno do plano e, muitas vezes, esquecem todo o histórico dos trabalhadores. Ao longo da nossa vida laboral, ajudamos a construir um benefício que é nosso maior bem”, afirmou o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva.
Em nota, a Fentect lamentou a ação da presidência da ECT na audiência de conciliação. “O presidente dos Correios, Guilherme Campos, mais uma vez, tentou iludir com o discurso de que o plano de saúde piora ainda mais a situação da empresa, representando 10% das despesas”, afirma. Da Silva diz ainda que “o custo percentual não aumentou. Há 10 anos, os Correios gastavam o mesmo com o plano de saúde”.
Para a Fentect, as mudanças visam fazer com que os trabalhadores “paguem as contas dos erros dessa gestão da empresa, que insiste em um déficit contraditório. Porém, os dados reais da situação, tanto dos Correios quanto da Postal Saúde, continuam inviáveis para a categoria. Já durante o trabalho da Comissão Paritária de Saúde, instituída em outubro de 2016, foram apresentadas propostas de melhorias para o plano, mas a estatal não deu encaminhamento a nenhuma delas, preferindo recorrer ao TST e colocar em prática a retirada de direitos”.

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