Movimentos fazem ato contra Rede Globo, a ‘protagonista do golpe’


RESISTÊNCIA

Manifestação fez parte do calendário das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Elas denunciam participação da mídia no golpe. Houve ato na Assembleia paulista pela liberdade do ex-presidente Lula
por Redação RBA publicado 18/04/2018 12h44, última modificação 18/04/2018 15h18
BRASIL DE FATO
ato contra rede globo
Protesto denunciou o poder do grupo Globo na manipulação dos fatos políticos
São Paulo – A Rede Globo foi um dos principais alvos do Dia Nacional de Luta dos movimentos populares, organizado pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, nesta terça-feira (17). Considerada a "protagonista do golpe de 2016", a emissora é vista como responsável pela ruptura democrática do país. Para os manifestantes, a Globo também faz manobras para tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do processo eleitoral de 2018. De acordo com Sheila Santos, da União de Moradia, a emissora tenta ao mesmo tempo manchar a imagem de Lula e dos movimentos sociais.
"No nosso país as pessoas só olham reto e só enxergam a Globo. É uma emissora que tem um poder de controlar as pessoas e modificar a versão dos fatos. Através desses atos tentamos acordar a população", afirmou em entrevista à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual.
O protesto denunciou o poder do grupo Globo na manipulação dos fatos políticos. Segundo o projeto Monitoramento da Propriedade de Mídia no Brasil (MOM), desenvolvido pelo coletivo Intervozes, o grupo Globo, que possui emissoras de tevê aberta e fechada, de rádio, jornal impresso e portais digitais, domina a audiência em todas as plataformas.
Ao sustentar uma propaganda a favor do golpe, a Globo incide diretamente na quebra dos direitos humanos e, principalmente, no direito das mulheres, comenta Maria Lúcia Silveira, da Marcha Mundial das Mulheres. "A Rede Globo é a protagonista do golpe, sem ela não haveria o golpe", diz ela.
Para João Batista Gomes, secretário de mobilização da CUT São Paulo, o ato fez referência nominal à Globo, mas é direcionado a todos os meios de comunicação. “Ao completar os dois anos do impeachment, a Globo, que representa a mídia golpista, é importante trazer esse debate porque voltamos a falar da redemocratização dos meios de comunicação. Não é possível que os grandes grupos econômicos façam o que quiserem com a mídia."

Ouça:

Ato solene na Assembleia

Lideranças políticas, movimentos sociais e sindicais, estudantes e artistas realizaram uma manifestação suprapartidária em defesa da democracia e do direito do ex-presidente Lula à liberdade, na Assembleia Legislativa de São Paulo, também nesta terça.
A deputada estadual Beth Sahão (PT) comentou as irregularidades da prisão de Lula. "Irregularidades estas que redundaram na prisão do maior líder histórico do Brasil, o presidente Lula. Como a gente tem dito ao longo dos últimos meses, eles prendem o Lula por aquilo que ele representa, que é a melhoria e transformação da vida de milhões de brasileiros", discursou a deputada.
Para os participantes do ato, foi na Câmara dos Deputados que começou um golpe parlamentar e jurídico para tentar impedir a candidatura do ex-presidente. Muita gente dizia isso ‘se não prender a Lula, o golpe não vai ser o golpe’. Isso foi muito claro, uma articulação enorme reunindo os setores do alto capitalismo junto com mídia e o Judiciário. Esperamos que a gente tenha a oportunidade de reparar esse erro histórico que vai macular a história do nosso país", acrescentou a deputada, em entrevista ao repórter Jô Myiagui, da TVT.
Já o deputado estadual João Paulo Rillo (Psol) diz que os ataques a Lula não se restringem a ele. "A prisão de Lula representa a prisão do sonho de cada um daqui, é a tentativa de encarcerar a esperança e um projeto novo de nação. A prisão dele não ameaça apenas o PT. Amanhã será o Psol, depois o PCdoB, depois o MTST, depois eu e cada um aqui", disse.
Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT:

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